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Antigo Mercado Municipal demolido sem qualquer necessidade urbanística. |
Vários prédios que eram referência para
várias gerações de pombalenses foram demolidos, sem que as autoridades e mesmo
a população esboçassem qualquer reação. Entre eles podemos citar: a igrejinha e
o cruzeiro que ficavam na antiga rua da Santa Cruz,hoje, Avenida Evência Brito;
o antigo Mercado Municipal; Solar dos Brito’s; Casa Chaves e mais recentemente
o prédio da cadeia pública, conhecido por Quartel, dentre outros.Também estamos assistindo o desaparecimento ou enfraquecimento de algumas manifestações populares como os grupos de bumba meu boi, de
reisados, e outros tanto da zona rural como da cidade que não recebem qualquer
incentivo.. Está na hora de uma ação positiva em defesa do nosso patrimônio
histórico e cultural.
Foi através da obra da artista Vânia
Reis, que vem ao longo dos anos pintando e registrando em suas telas a
Ribeira do Pombal antiga, que percebi que a reflexão a qual vinha fazendo sobre
a descaracterização que a cidade vem sofrendo, também, interessava a outras
pessoas. Depois soube que Ubiratan Rocha coleciona fotos antigas dos moradores
e da própria cidade, inclusive duas delas ilustram esta matéria.
As intervenções têm que ser feitas com critérios e não simplesmente
porque alguém acha bonito ou feio. O patrimônio de qualquer cidade tem que ser
preservado e os pombalenses devem ficar alertas para evitar novas perdas
irreparáveis como a da igrejinha na rua Santa Cruz e outros prédios que desapareceram
deixando um vazio do nosso patrimônio histórico.
PRESERVAR O QUE
RESTA
Estas
referências desapareceram e deram lugar a outros imóveis sem qualquer
valor arquitetônico, contribuindo para apagar da memória das novas gerações a
verdadeira história de Ribeira do Pombal. Até a histórica igreja matriz, de
Santa Teresa, construída pelos jesuítas, esteve ameaçada na mira para ser
demolida e, foi salva, graças a alguns abnegados que fizeram uma campanha (
da qual contribui) para arrecadar fundos visando a sua recuperação. Assim,
este templo majestoso continua servindo de casa de oração aos pombalenses e
se impondo como o mais antigo prédio da cidade.
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Não sou contra a modernidade. Mas, entendo que a modernidade não pode
passar como um trator por cima dos bens materiais e imateriais das nossas
comunidades. Não é conversa de sonhador, de poeta ou como queiram classificar
àqueles que não têm esta sensibilidade de valorizar o nosso patrimônio
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Outro bonito prédio que marcou gerações também desapareceu. |
Esta falsa ideia de que os bens só devem ser preservados se forem
centenários é ultrapassada. Os técnicos do Crea, de São Paulo, publicaram
uma importante obra: Patrimônio Histórico: Como e Por que
Preservar, onde defendem que "a importância de um bem não tem
ligação direta com sua idade. Hoje, existem entidades de preservação da
arquitetura moderna.
Bens recentes podem ser indicados para tombamento, pois também estão
sujeitos às descaracterizações ou demolições ".
O técnico Telmo Padilha diz que "o
Patrimônio Cultural é um conjunto de bens culturais, e tem seu valor
reconhecido por um determinado grupo, ou mesmo, por toda a humanidade.
Normalmente o patrimônio cultural é dividido em duas categorias: os bens
intangíveis e os bens tangíveis.
Já o Instituto Estadual do Patrimônio, de Minas
Gerais, ensina que "a comunidade é a verdadeira responsável e guardiã de
seus valores culturais. Não se pode pensar em proteção dos bens culturais,
senão no interesse da própria comunidade, à qual compete decidir sobre sua
destinação no exercício pleno de sua autonomia. Para preservar o patrimônio
cultural é necessário, inicialmente, conhecê-lo através de inventários e
pesquisas realizadas pelos órgãos de preservação, em conjunto com as
comunidades. O passo seguinte é a utilização dos meios de comunicação e do
ensino formal e informal para a educação e informação das comunidades, para
desenvolver o sentimento de valorização dos bens culturais e a reflexão sobre
as dificuldades de sua preservação."
CRIAR UM PARQUE PÚBLICO
A
Prefeitura Municipal, mesmo com seus poucos recursos, deve olhar para
essas descaracterizações que a modernidade impõe, a fim de
combatê-las. Também, a nossa cidade precisa de um local para a Cultura,
para realização de exposições, de encontro de escritores e poetas, onde os
jovens possam ter maior contato com a arte e a literatura. Este local poderia
ser um aglutinador para resgatar as tradições culturais, especialmente as
manifestações populares da zona rural.
Quando
da realização do projeto Domingueiras o produtor cultural Roberto Sant'Anna,
conseguiu reunir várias manifestações populares que a maioria dos pombalenses
desconhecia que existiam em nosso município. Foi um momento mágico e
encantador para os que gostam de arte e das tradições culturais.
Os administradores
de Pombal já devem ir pensando em criar um parque, próximo da Cidade, numa
área significativa da caatinga, preservando-a para ser utilizada pelas
futuras gerações. A caatinga também está desaparecendo. Essas ações devem ser
implementadas por um gestor que pensa no passado, no presente e no futuro de
sua Cidade.
Não
podemos ficar só conhecidos como a cidade que tem muitos bares e, é receptiva
aos visitantes. É preciso cultivar também valores culturais, que enriqueçam
as atuais e futuras gerações.
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Reynivaldo Brito
Jornalista
Um comentário:
INFELIZMENTE EM RIBEIRA DO POMBAL GOVERNANTES E DEMAIS AUTORIDADES PREFEREM IGNORAR E ATÉ APAGAR SUA HISTÓRIA E DOS SEUS FILHOS.
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