O grupo que protestou na Corrida de São Silvestre contra Dilma era expressivo, e a Globo que transmitia, não deu um flash sequer |
Por anos a fio ensinei e procurei praticar uma norma que aprendi na Faculdade de Comunicação da Ufba que o jornalista teria como obrigação sempre ouvir os dois lados, quando fosse fazer uma matéria que envolvesse algum conflito ou alguma discordância. Assim, procurei na medida do possível praticar esta norma básica do jornalismo e, mesmo assim, alguns entrevistados ficaram insatisfeitos com o texto publicado.
Muitas vezes o desequilíbrio não é do repórter, autor da matéria e, sim, durante a edição quando o editor adéqua o texto ao tempo de televisão, ao espaço da revista ou do jornal..
Ensinava meus alunos a escrever uma matéria jornalística e focava nas formas de abrir , de começar a reportagem procurando, com poucas palavras dizer o essencial do fato com equilíbrio, evitando adjetivação.Enfatizava repetitivamente a necessidade de ouvir as partes envolvidas naquele fato. Buscando o equilíbrio e, deixando que a opinião do jornal, revista ou canal de televisão e rádio se manifestasse através dos editorialistas,colunistas, comentaristas e colaboradores.A matéria tinha que ser isenta.
Na Faculdade de Comunicação da Ufba o ambiente era predominante de esquerda . Portanto, a formação do jornalista tinha um cunho ideológico de esquerda.
Anos depois ,o ambiente tornou-se de esquerda extrema, a ponto de me aborrecer a pedir o meu afastamento da universidade. Explico . Fui bancar o correto, quando chegou a hora de decidir se seria professor de 20 horas ou em tempo integral. Preferi as 20 horas, ganhando menos, porque tinha outras atividades paralelas na minha profissão. Assim, teria que receber uma e, no máximo, em caso de falta de professor, duas matérias pra ensinar. Acontece que outros colegas optaram por 40 horas, só ensinavam uma matéria, ganhando bem mais.
Era concursado, como eles, repito, e ganhava menos por ter optado por 20 horas. Um dia, ao chegar a Faculdade de Comunicação o coordenador tinha programado três matérias pra ministrar naquele semestre. Naquele momento, redigi uma carta e nunca mais apareci.
Quando repórter , Chefe de Reportagem e depois Sub-editor Geral de um jornal, que na época era o mais influente e o maior em circulação no Norte e Nordeste do país, procurávamos sob a orientação do Redator Chefe, dr. Jorge Calmon encontrar um ponto de equilíbrio, quase em cima do muro, para tratar dos mais variados assuntos. O jornal tinha uma tradição católica e democrática, nunca de esquerda.No entanto, seus comentários, opiniões eram liberais.Publicavam também opiniões à direita e esquerda , sob a responsabilidade de seus autores.
Atualmente, a situação do jornalismo está complicada. O jornalista , principalmente os repórteres que saem às ruas , especialmente da rede Globo , estão sendo hostilizados por manifestantes que lutam pela saída da Dilma, como também, pelos militantes petistas. Ambos, entendem que a mídia está escondendo suas manifestações, e tomando posição em benefício desse ou daquele grupo.
Foto Google
O confronto entre grupos rivais foi um fato jornalístico relevante e, os canais de televisão quase não noticiaram . |
A emissora não deu meio segundo sequer. O mesmo ocorre com manifestações dos petistas. Lembro que um grupo da CUT foi de encontro a outro que estava acampado em frente ao Congresso Nacional e houve confronto, porque parte do primeiro grupo chamado de Mulheres Negras hostilizou os acampados . Neste confronto uma senhora, que disse trabalhar no Congresso ,furou um dos acampados nas costas com um palito, deixando sua camisa com uma mancha de sangue. O confronto durou algum tempo inclusive com a intervenção de policiais etc. Quase nada saiu na Globo e em outros canais . Dias depois, noticiaram que um policial civil havia sido preso por dar tiros pro ar durante o confronto para defender os acampados.
Quando o noticiário é favorável a um determinado grupo este elogia a cobertura.Quando e emissora ou jornal faz alguma crítica ou coloca imagens de outro grupo rival, ai o primeiro grupo ataca dizendo que a mídia é parcial.
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