CENTENÁRIO DE UM EMPRESÁRIO QUE DEIXOU SAUDADE

 

Seu Luiz ,como era chamado tinha um coração generoso. O centenário de nascimento do empresário Luiz  Catharino Gordilho  está sendo comemorado por seus familiares, amigos e ex-funcionários . No último domingo dia 15, foi rezada uma missa na Catedral Basílica pelo padre Lázaro Muniz . O dia foi de lembranças para os familiares e amigos, e também de homenagens ao patriarca de uma das famílias mais tradicionais da Bahia. Luiz Catharino Gordilho (1921-2005) presidiu a Companhia Progresso União Fabril da Bahia. Dos 84 anos de vida, dedicou mais de 60 ao Clube Bahiano de Tênis, do qual foi presidente por quase duas décadas (1962/64 e 1968/ 78). Pelos trabalhos realizados, conquistou o título de Benemérito. A mesma honraria lhe foi concedida pelo Clube Espanhol.Além de comendas do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, recebeu da Câmara de Vereadores de Salvador a medalha Thomé de Souza. A Confederação Nacional da Indústria também o homenageou com uma condecoração entregue pelas mãos do próprio presidente Albano Franco.O empresário ainda dirigiu o Esporte Clube Vitória de 1953 a 1954. Em sua gestão, o rubro-negro conquistou o primeiro título de Campeão Baiano de Futebol Profissional. Como dirigente do Departamento Autônomo do clube, ainda garantiu os campeonatos de 1955 e 1957. Ele também foi presidente da Companhia de Navegação da Bahia.Luiz Catharino Gordilho é neto do comendador Bernardo Martins Catharino e de Úrsula da Costa Martins Catharino, filho de Almir de Azevedo Gordilho e Úrsula Martins Catharino Gordilho. Casou-se com Ana Maria de Oliveira Gordilho, com quem teve oito filhos (Luiz, Regina Helena, Eduardo, Nuchinha, Jorge, Paulo, Monica e Solange). Tornou-se avô de 23 netos e bisavô de 34 bisnetos.       Luiz , o filho mais velho, lendo a homilia  na missa comemorativa dos 100 anos do pai.  Além da saudade, Luiz Catharino Gordilho deixou a todos o exemplo de caráter, trabalho e   competência. Ajudou a muitos pelos lugares onde passou. Mas nunca foi de falar das caridades   que fazia. Só tempos depois da sua despedida, em novembro de 2005, que os familiares foram   descobrindo quantas pessoas contavam sempre com ele. Seus ensinamentos seguem vivos no   coração de todos que tiveram a chance de conhecê-lo.  “O coração de Luiz Catharino transportava carinho e alegria para todos nós. Foi um amigo e   paizão acima de tudo. Ele fez de uma geração uma grande família”, relembrou o amigo, Jô   Antunes.   (Texto de Bruno Sales).  Conheci o saudoso Luiz Catharino e meu testemunho é que era uma pessoa diferenciada, de alto   astral, sempre procurando conversar alegremente  e era muito querido pelas pessoas simples   que  trabalham na zona do Comércio principalmente nas imediações da Associação Comercial e seu entorno. Dizem que ele trazia em cada bolso notas de valores diferentes e quando era abordado pelas pessoas pedindo uma ajuda metia a mão num dos bolsos e dava uma nota de acordo com a necessidade e merecimento. Ele já conhecia o perfil de cada um. Vi também uma baiana do acarajé que tem um ponto ao lado do posto do INSS dizer que "Seu Luiz matou minha fome muitas vezes." Também na época que as pessoas não estavam muito acostumadas a usar "carros de praça", como chamavam os táxis, e com as constantes crises no país o movimento caia a quase zero, ele deixava seu carro em casa e ia e voltava num desses carros para ajudar os motoristas, que ele os conhecia individualmente.(Reynivaldo Brito)