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Jurandir Lage e seu herdeiro na profissão o filho Aurino que não acompanhou a nova tecnologia da foto digital. |
O Jurandir Pitanga Lage veio para Ribeira do Pombal para combater a tuberculose, e doenças provocadas por mosquitos, pulgas e outros insetos. Era funcionário da Superintendência de Campanhas de Saúde Pública - SUCAM e aqui fixou residência definitiva e para reforçar o orçamento familiar passou a fotografar. Dizem que ele fez uma foto da jovem Laudiceia Rodrigues, e que esta foto foi o start para que abraçasse também a carreira de fotógrafo durante algumas décadas. Ele nasceu em 30 de outubro de 1933, na cidade de Catu onde viveu sua infância. Seu pai faleceu aos 33 anos de idade e sua mãe viúva jovem foi trabalhar de costureira para sustentar os filhos. Estudou na Escola Doutor Inocêncio Góis, mas aos 12 anos os estudos foram interrompidos para trabalhar no comércio a fim de ajudar a sua mãe no sustento da casa. Foi para Salvador trabalhar numa casa comercial e morava no mesmo prédio sob a responsabilidade de seus patrões. Chamo atenção e sugiro que a Secretaria da Cultura faça um levantamento do acervo fotográfico de Jurandir e Aurino Lage e também de Santa Rosa. Estes fotógrafos registraram importantes acontecimentos históricos, sociais, culturais e políticos desta Cidade. Quanto mais o tempo passa estes acervos vão desaparecendo, e com eles parte da História de Ribeira do Pombal.Mas, apertou a saudade e Jurandir Lage fez uma carta para seu avô que foi buscá-lo apesar dos apelos dos patrões para que deixassem o menino ali onde era bem tratado. Meses depois já estava novamente trabalhando, desta vez no Alambique Canadá, na Cidade de Alagoinhas, de um senhor conhecido por Oscarzinho. Seu serviço era a lavagem das garrafas recicladas para que fossem utilizadas para acondicionar a cachaça produzida no alambique. Depois foi trabalhar como vendedor na feira livre de Água de Meninos. Inquieto decide voltar para sua terra natal, Catu que deixara bem cedo e foi trabalhar no armazém de Antônio Seixas, que era um político local conhecido que até já fora prefeito algumas vezes.
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Foto 1. Praça Getúlio Vargas com o casarão dos Britos. Foto 2. A igreja matriz de Santa Tereza sem as grades. Duas fotos históricas de Jurandir na década de 70. |
Foi aí que o patrão percebendo ser o Jurandir Pitanga Lage um jovem promissor o convidou para entrar na política através sua filiação ao partido União Democrática Nacional- UDN, que era um partido ligado ao centro direita e comandada na Bahia pelo general Juracy Magalhães, que tinha sido um dos participantes do movimento do Tenentismo. Mas, ele seguiu sua carreira de trabalhador no comércio no armazém do Tio Quincas, cujo nome era Joaquim de Souza Campos. Sabedor de que a Sucam estava fichando pessoas para trabalhar resolveu se inscrever em Alagoinhas. Ingressou na Sucam e chegou a ser chefe do posto de Combate a malária na cidade de Entre Rios onde ficou durante dez anos de 1953 a 1963, quando o posto foi fechado e ele transferido para |feira de Santana e posteriormente para Tucano, na Bahia. Em 1964 chegou a Ribeira do Pombal até o seu falecimento em 27 de agosto de 2013, anos 79 anos de idade.
REGISTRANDO PESSOAS E FATOS
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Foto 1. Antiga sede da Prefeitura . Foto 2. Hospital Municipal Santa Tereza. Foto 3. Mercado Municipal demolido por Dadá. Foto 4. A filha Jaci no estúdio. |
Além de se dedicar à fotografia registrando os acontecimentos sociais, políticos e culturais de Ribeira do Pombal gostava de escrever a chegou a editar uma publicação que chamava de Tabloide onde escrevia contos, poesias e saía distribuindo com aqueles que apreciavam a leitura. Se estabeleceu na Avenida Oliveira Brito e nos anos 70 a 80 sempre estavam presentes fotografando os batizados, casamentos, obras públicas. Seu acervo, no entanto, não foi preservado e resta pouca coisa que ele documentou.
Ao se aposentar passou esta atividade para seu filho Aurino Bonifácio Lage, 65 anos. Meu pai conheceu minha mãe Josefa Maria Bonifácio em Entre Rios e tiveram três filhos Aurino, Iara e Araci Bonifácio Lage. Ocorreu a separação e Jurandir Pitanga Lage teve um segundo relacionamento com Silvina da Silva Lage e foi morar em Tucano e logo depois veio para Ribeira do Pombal. Os três filhos anteriores foram criados por esta segunda esposa. Moraram em locais diferentes. Primeiro moramos por oito meses no hospital, depois numa casa no fundo da Igreja, onde hoje está o Bradesco e na Avenida Oliveira Brito, onde mora até hoje a minha madrasta. Tenho outro irmão o Moacir Santos Lage, que é filho de d. Izabel Santos, já falecida, e meu pai trouxe ele para morar conosco, depois retornou para Entre Rios."
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Admiração da filha Jaci Lage. |
Em seu depoimento a filha Jaci Pitanga Lage disse que" falar do meu Pai é algo que me traz, sempre, emoção. O velho Jura. Jurandir Pitanga Lage. Sou uma eterna admiradora dele, foi no seu colo que aprendi as primeiras letras e as primeiras lições da Vida. Foi através dele que tomei gosto pela leitura, pelos estudos. Foi ele que me incentivou, ainda adolescente, a bater asas e ir atrás da minha independência, ele declamava: "Nossos filhos não são nossos filhos, são filhas e filhos da Vida” (Kalil Gibran). Meu Pai foi uma das pessoas mais inteligentes que conheci, encantava-me a vastidão do seu conhecimento, o qual era diversificado - gramática, literatura, biologia, história, … - e era um Poeta, amava a leitura e amava ensinar. Perguntar algo a ele? Jamais alguém saia sem uma resposta. Se na hora ele não soubesse, corria para as suas enciclopédias e para "o pai dos burros" (risos), era assim que ele chamava o dicionário. Já ouvi muitas histórias contada por ele e por outrem.
Incentivou muitas pessoas a estudar e ele, um amante do estudo, devido a dificuldade da vida, só concluiu o ensino médio já um Senhor. Concluiu na turma de minha irmã mais velha, Iara. Ideologia? Sei que conheci o que era comunismo, socialismo, através dele e o desejo por um mundo mais justo e mais igualitário. Religião, não frequentava nenhuma. Só ia à igreja para tirar fotos dos casamentos e batizados. Houve uma época que se declarava ateu, mas falava de Deus, o vi muitas vezes se ajoelhar e agradecer diante de algumas conquistas e bençãos. Na verdade, ele era Cristão, mas via Cristo dentro de uma base humanitária e não religiosa. Polemizava sua fé, diante das injustiças sociais.Ele era uma pessoa um tanto polêmica e quando queria defender suas ideias, muitas vezes, saia do limite da racionalidade, algumas vezes sendo estúpido, não medindo as palavras e magoando. Adorava conversar, mas com o tempo, muitas pessoas foram se afastando dele, devido as polêmicas. A visão e a audição começaram a ficar fracas. Eu o vi morrendo lentamente. Já não conseguia ler, já não tinha pessoas para conversar e é assim a vida. Após 9 anos da sua partida, Jurandir Lage vive no meu coração e, através do que me foi dado, o acesso à Educação, ao meu processo emancipatório, ele vive através das suas ideias, da sua história de vida."
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Zé Motor aprendeu a fotografar. |
O fotógrafo e hoje pedagogo José Florêncio Rocha, (Zé Motor), 64 anos, ele era conhecido por Jurandir Fotógrafo, muito polêmico, lia muito, tinha bom conhecimento cultural. Quando pegava uma polêmica o couro comia, mas era bem-quisto na sociedade e honesto. Desde criança que frequentava a casa dele brincando com os filhos. Daí me interessei pela fotografia e fiquei quase trinta anos trabalhando com Jurandir. Eu o tinha como meu segundo pai e ele me tratava como se fosse seu filho. Era um respeito muito grande. Ele gostava muito de mim e eu dele. Fazíamos todo o tipo de trabalho fotográfico como fotos para documentos, casamentos, batizados, solenidade de inauguração, até de binóculo antigo. O difícil da foto de binóculo era cortar porque vinha numa fita grande com com 72 fotos e tinha que cortar certinho para encaixar no binóculo. Nós morávamos defronte a casa dele e depois minha mãe comprou a casa onde hoje está a loja Estrela. Ela construiu ali vendendo doce, vendemos há dois anos. Hoje a casa que ainda é deles funciona uma franquia da Cacau Show. Até hoje mantemos boas relações com os filhos dele."
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Salvinho das Bicicletas. |
O Salvador Dantas Carvalho, o Salvinho das Bicicletas, de 61 anos de idade, vizinho de Jurandir Lage disse que Jurandir Lage "foi uma pessoa que me ajudou muito, e aprendi muita coisa com ele. Era um homem muito inteligente que ajudava as pessoas. Tinha seus defeitos? Tinha, mas as qualidades superavam tudo. Ninguém é cem por cento perfeito. Foi o pai que não tive por que o meu desencarnou em outubro, e vim nascer em fevereiro do ano de 1961. Todos nós temos nossos defeitos porque somos seres humanos. Tive a felicidade de ser seu vizinho e tudo que aprendi com ele passo para as pessoas. Quando a gente perguntava uma coisa a ele se não sabia responder naquele momento ia pesquisar e depois vinha com a resposta. No dia que ele desencarnou nem abri a loja em respeito à sua memória. Quando queria ajudar alguém com uma palavra de conforto, de orientação e acontecia de a pessoa não querer ele ficava doente. Sempre pegava um banquinho e ia conversar com os jovens que trabalham de mototáxi , mas a maioria deles achava que ele era velho e não lhe dava atenção”.
FOTOGRAFIA ANALÓGICA E DIGITAL
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Foto 1. Aurino , Iara, Araci, Jaci ( no braço),Silvia, Juraci, Jailson e Sofia. Foto 2.Jurandir com d. Silvina Lage. Foto 3 Jurandir, Salustiano ( Salù) e Martim Araújo seus colegas da SUCAM. Foto 4. Jurandir em ação em seu estúdio analógico. |
Os fotógrafos Jurandir Lage e seu filho Aurelino Bonifácio Lage trabalharam muitos anos com
máquinas fotográficas analógicas com filmes especialmente das marcas da americana Kodak ou da japonesa Fujifilm (ou simplesmente Fuji), que precisavam ser revelados. Estas duas marcas se misturam com a história da fotografia. Quem liderava as vendas era a Kodak, porém esta demorou a se adaptar às novas tecnologias enquanto a Fuji foi mais rápida e passou a entrar no mercado da fotografia digital, que não precisa de filme e revelação. Jurandir chegou a tentar a foto digital, mas devido aos smartphones com suas câmaras fotografas a concorrência não permitiu continuar. Hoje vivemos num mundo onde as coisas são descartadas facilmente. Muita gente arquiva centenas de fotos em seus celulares e quando o aparelho é roubado, danificado ou mesmo por um acidente a pessoa aciona um comando errado as fotos se perdem para sempre. Por isto que é sempre bom selecionar algumas fotos , as mais importantes e mandar fazer uma cópia em papel ou guardar num segundo arquivo digital.
Por falar em descartável vou relembrar aqui o que aconteceu comigo. Tinha quatro lojas físicas de vendas de cds, dvds e acessórios, em Salvador, e com a chegada dos aplicativos tipo spotify ,que é um streaming de música digital, onde você faz uma assinatura por menos de R$30,00 e tem acesso a milhares de músicas as lojas foram fechadas em todo o mundo,, inclusive as minhas. Foi num período de uns três meses e me vi com milhares de cds e dvds sem saber o que fazer. Ainda tenho cerca de 5 mil deles em meu escritório. Streaming é a transmissão digital em tempo real de dados de áudio e vídeo.
Voltando à fotografia foi a Kodak que deu impulso a esta atividade quando depois de sua fundação em 1888 lançou os primeiros rolos de filmes flexíveis, assim como produziu as primeiras câmeras portáteis de baixo custo. Apesar de fabricar câmeras o principal negócio da Kodak era a venda de filmes e papel fotográfico. Porém, com a chegada da tecnologia digital e das câmeras dos smartphones em 2012 ela pediu falência, enquanto a Fuji se adaptou e está ainda no mercado com suas câmeras digitais.
Enquanto a câmera analógica necessita de um filme fotográfico a câmera digital usa um sensor fotossensível para obter o registro e consegue processar a imagem em segundo e disponibilizar. Se não ficou boa a fotografia pode ser repetida sem custo algum, enquanto a analógica tem que rebobinar o filme e cada foto perdida o custo aumenta.
Existem algumas diferenças importantes entre a fotografia analógica e a digital. Vejamos: 1)fotografia digital gera imagens extremamente nítidas e limpas, sem qualquer tipo de ruído; 2)no analógico o custo é diluído ao longo do tempo, no digital o custo inicial é alto; 3)os filmes analógicos têm uma latitude/alcance dinâmico gigantesco; 4) o olhar fica mais treinado com a fotografia analógica; 5) a resolução do filme é muito alta, mas depende do scanner; 6)as câmeras analógicas são praticamente iguais, o que faz a diferença é o filme e a objetiva;7) a fotografia analógica é excelente para quem é colecionador, devido ao grande número de opções.
NR- Como sempre neste espaço agradeço reiteradamente ao parceiro Hamilton Rodrigues por sua dedicação a este projeto que estamos realizando, e já em vias de conclusão. Algumas pessoas que ficaram de fora foi porque as famílias não se interessaram em cooperar .
31 comentários:
Parabéns pela bela homenagem, Jurandir fotógrafo, como era conhecido, homem culto e de caráter ilibado. Não sei se recebeu título de cidadão Pombalense, se não, foi merecedor.
Dráuzio Correia Gama
Mais um ótimo registro! Parabéns Reynivaldo Brito!!
Agora fiquei com uma dúvida sobre o ano de 1970 dessas duas primeiras fotografias: a Praça e a igreja. A fotografia da igreja é mesmo de 1970? Pergunto porque por ser colorida, fiquei nessa dúvida já que era raro colorido nessa época! Mas é só uma observação!! Abraços!!
Hilda Nogueira
Parabéns!
Fafá Carneiro Macedo
Parabéns Reynivaldo !
Dilson Brito
Muito bom o registro da vida e a passagem de "Jurandir Pitanga" por Pombal. O velho Jura foi uma figura extraordinária, culto, estudioso e contador de história e amigo de todos, se relacionava bem na nossa Sociedade e prestou grandes serviços aos Pombalenses. Parabéns Rey e Hamilton por homenagear figuras que contribuiram com o desenvolvimento da nossa terrinha. Abraços.
Teresinha Nogueira
Parabéns meu amigo.
Edna Silva
Muito bem redigido.
Selma Costa
Tenho várias fotos colorida dos anos 1969 e 1970.
Domingos Dantas Brito
Parabéns por mais uma passagem da vida de um Pombalense que documentou com fotografias a história do povo de lá.
Edicarlos Santana
Parabéns seu Reynivaldo.
Antonio Walter Oliveira Santos
Boa noite!
O senhor Jurandir Pitanga Lages foi uma pessoa muito importante para a comunidade pombalense.
Ele contribuiu muito.
Guel Silveira
Bravo!
Celimar Geambastiani
Parabéns!
Graça Gama
Grande sr. Jurandir!!!!!
Tereza Gama
Era meu fotógrafo e da família, depois ficou o seu filho Aurino,bela recordação, parabéns Reynivaldo e Hamilton!!
Graça Gama
Boa reportagem amigo Reynivaldo Brito. Concordo com você de resgatar fotos históricas com Santa Rosa também. PARABÉNS!!!
Therezinha Carvalho
Como sempre acontece, a cada sábado o REYNIVALDO com seu talento e dedicação nos trás histórias de personagens que viveram e deixaram marcas positivas de trabalho, em Pombal e que merecem ser divulgadas.
O fotógrafo Jurandir com certeza registrou grandes eventos na cidade, fotografando as famílias pombalenses, histórias de família, batizados casamentos e também personagens importantes da cidade.
Maria Cely Valadares Macedo de Souza
Um homem curioso. Inteligente. Versátil.. parabéns.. os filhos herdaram sua inteligência..
Beto Santana Santana
Palmas!
Seu Jurandir Lage, o homem de conhecimento, de cultura, tive o privilégio de conhecer pois tornou-se meu fã, através das minhas músicas, então tornamos fã um do outro, contudo quero dar os parabéns pela matéria muito boa sobre o mestre Jurandir Lage a história de um grande mestre da história de Ribeira de Bombal e do estado da Bahia. Carlos Zens, músico, compositor e professor. Natal/RN - Brasil.
Mário Mendonça
Excelente homenagem seu Jurandir e Meu Pai colegas na labuta da Saúde em Ribeira do Pombal.
Bom dia! Deixo meu agradecimento pela publicação referente ao meu pai, Jurandir Lage, fiquei muito feliz pela lembrança e homenagem. Agradeço a todas e todos pelas palavras carinhosas. Ele realmente não sendo filho da terra, a amava muito, teve muita participação na vida cultural da cidade incentivando jovens e adultos a estudarem, a lerem, distribuiu e doou livros às pessoas e para a Biblioteca Municipal, instigou debates. Aqui "fincou o pé" e não quis mais sair( e por isto, aqui nasci rs). Transcrevo aqui uns trechos de uma poesia que o mesmo fez em homenagem a Ribeira do Pombal: "A Ribeira do Meu Amor:
Ao falar de Ribeirinha não posso esquecer o Pombal
Sei lá se Marques, Conde ou apenas Vassalo.
Era Português, o indivíduo, que já jaz no mortuário.
Mas ele fez algo que lhe deu importância
Assim nascendo o nome duma cidade, em sua homenagem
Terra em que meu amor nasceu
Dando-lhe asas e sonhos
Aqui onde meu pequeno anjo cresceu
Que o mundo lhe ensinou a voar
A Ribeirinha da comida típica e tempero apimentado
Do povo interiorano
Das antigas amizades
Do índio civilizado
Do solo que alimenta para alimentar
Do pouco que realmente conheço, mas das muitas lembranças a levar ( Jurandir Pitanga Lage. Ribeira do Pombal- BA. 09/11/2008)".
João Evangelista, meu caro amigo, meu pai tinha muito carinho e admiração por você. É, ele se tornou Cidadão Pombalense de Coração, mas era provocativo rss e isto de um certo modo incomodava e, às vezes, não sendo bem quisto no meio político...
Obrigada
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