
O que é. O bambu-meu-boi é um auto pastoril que revela as mais variadas influências, desde a commedia dell’ arte ás tourinhas portuguesas. Apesar disso, foi considerado pelo dramaturgo Hermilo Borba Filho como o mais puro dos espetáculos nordestinos. De acordo ainda com Borba, é uma aglutinação de reisados em torno do reisado principal, que teria como motivo a vida e a morte do boi, que sempre acaba ressuscitando, porém, no final da apresentação. Entre personagens humanos, animais e fantásticos, sessenta e cinco tipos diferentes são utilizados no bumba-meu-boi. O dono da festa é o Capitão Boca Mole, que, dançando, cantando e apitando, comanda o espetáculo com o auxílio direto de Mateus, Bastião e Arlequim.
NA BAHIA
Enquanto, em Pernambuco, o bumba-meu-boi enfrenta aquelas dificuldades, em Salvador monta-se uma experiência pioneira com o Grupo Teatro Livre da Bahia, ( foto) sob a direção do ator Benvindo Siqueira. Há dias, na Praça Dorival Caymmi, em Itapuã, encenaram-se as peças Oxente, Gente e as Aventuras de João Errado. O público era formado por crianças e gente humilde, que nunca frequentaram uma casa de espetáculos. No final da representação, espectadores contribuíram com alguns cruzeiros para a manutenção da companhia. “Nas dezoito apresentações já realizadas, nunca nos faltou o apoio do público”, diz Siqueira, o que prova a necessidade de se aprofundar a integração do teatro com o povo. Siqueira lembra a propósito que os órgãos oficiais não podem manter-se indiferentes á iniciativa, em que se engajaram atores experientes, como Olga Malone, que aos 61 anos é uma das pessoas mais entusiasmadas com esse tipo de trabalho. (Camilo Brollo/Recife e Reynivaldo Brito/Salvador)
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