Revista Manchete 10 de dezembro de 1977
Ao contrário do que se previa, a greve alastrou-se por outras escolas.

Diante da falta de reação, a ocupação foi relaxada e horas depois o Reitor Augusto Mascarenhas, da Universidade Federal da Bahia, distribuía uma nota oficial em que afirmava ter pedido a presença da polícia para garantir os alunos que não tinham aderido à greve, que já dura mais de trinta dias. Tão logo a polícia chegou, um soldado com um megafone gritava: “Quem quiser assistir às aulas pode ir que nós garantimos”. Mas ninguém entrou. As consequências da intervenção foram mais amplas, entretanto: no mesmo dia , várias unidades da Ufba aderiram à greve em apoio aos colegas de Agronomia, à frente os alunos de Economia,Geologia, Instituto de Física e Geociências.
INÉDITO
A presença dos policiais armados de metralhadoras e com capacetes protegendo a cabeça quebrou a rotina da tranquila cidade de Cruz das Almas. Muitas pessoas foram até a Escola de Agronomia para observar o espetáculo, que era zelosamente dirigido pelo próprio Secretário de Segurança Pública, o coronel Luis Artur de Carvalho. Este procurou dialogar com os estudantes, que se mantiveram no entanto, impassíveis.
Simultaneamente, o Reitor Mascarenhas advertia que, se a greve persistir, a consequência lógica será a reprovação do semestre.
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