Objetivo


segunda-feira, 26 de junho de 2023

POMBAL PRECISA COMEMORAR O SÃO JOÃO

Fogueira que encontrei na chamada Rua da
 Brahma e fotos do Forró de Nilson Brito
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 Estamos assistindo a destruição das tradições da Cidade de Ribeira do Pombal com a substituição do Carnaval pela Micareta e a extinção pura e simplesmente das festas juninas. Acho um absurdo que uma cidade sertaneja não tenha sequer uma bandeirola nas ruas e nem sinal de São João. As administrações municipais dos anos 2000 para cá vêm destruindo algumas tradições sem qualquer reação dos vereadores e de outras lideranças. Pombal tem que retomar seus festejos juninos e se alegam falta de dinheiro é só dividir os milhões que gastam com a micareta para entreter principalmente gente de fora. O São João é uma festa familiar e que quase todas as cidades comemoram com muito brilho e alegria. Pombal não pode ser uma Cidade de passagem , uma Cidade sem alma.  Quando jovem  eu , Armênio Alves, filho de seu Didi; Kleber, filho de Antônio Nascimento; Nailton  de Cardoso, Carleon filho de Maurício sempre arranjávamos um jeito de ir brincar o carnaval em Ribeira do Pombal. É verdade que não era um carnaval com essas bandas estridentes e nem tampouco de trios elétricos.Mas, brincávamos a valer no Clube Social e Recreativo sob a batuta de Antônio Motor no trompete, Mário Véio na bateria, Lito no Saxofone e Carlito no trombone de vara. Havia outros músicos, que não consegui lembrar, e se alguém souber pode me falar que vou acrescentar neste texto. Eles animavam qualquer ambiente. O lança-perfume Rodouro corria solto e lembro do saudoso Abílio Silva dando voltas e mais voltas no salão com seu lenço branco encharcado de lança-perfume. Era sempre um dos mais animados. Naquela época não era proibido o lança-perfume e inclusive recordo que alguns cheiravam de tal forma que caiam no chão e precisavam de atendimento médico. Como surgiram alguns casos de morte o lança-perfume acabou sendo banido dos salões carnavalescos de todo o país.

Teve um ano que saímos pelas ruas com saiotes e pintados com uma imensas margaridas. As caretas faziam a festa da garotada correndo e fazendo medo. A distração era descobrir quem estava por trás daquelas máscaras e vestimentas improvisadas, alguns pareciam vestidos de molambos. Outros pintavam os rostos de carvão e assim se divertiam a valer.  Quando era pela tarde a banda costumava sair pelas ruas tocando e a gente atrás cantando e dançando movidos por muita alegria e cerveja, e geralmente acabávamos no bar Quitandinha ou no de Antônio Pelanca. 

O São João era animado e tinha quebra pote e pau de sebo na rua de Santa Cruz , hoje Evência Brito, e na rua da Ribeira, onde hoje está a igreja nova. A Donana, mãe de Benedito Borges organizava as quadrilhas e Ribeira do Pombal tinha um dos mais animados São João da região.  Porém, a partir dos anos 2000 chegaram ao poder pessoas que nada tinham a ver com as tradições da Cidade e assim acabaram com o carnaval  criando a micareta que é uma festa artificial que só serve para colocar mais dinheiro nos bolsos dos administradores . Contratam bandas caríssimas que custam mais de 500 mil por uma apresentação e enche a cidade de gente de fora enquanto os moradores tem um participação secundária.

Fiquei decepcionado no dia de São João quando percorri várias ruas pela noite e vi poucas fogueiras e algumas familias reunidas na frente de suas casas comemorando com seus filhos  e netos soltando fogos. Lembro que a gente saia em caminhões até o tabuleiro de Tucano para pegar madeira que chamavam de candeias secas para fazer a fogueira e encontrar um pau linheiro para servir de pau de sebo. Tudo era uma alegria imensa e assim o São João tinha a participação de muita gente para enfeitar o pau de sebo, colocar os presentes no topo e também dentro do pote. Diante da ausência do poder municipal que destruiu mais esta tradição o jeito foi os moradores organizar suas festinhas nas fazendas e sítios. Fui convidado e participei do chamado Forró do Britos, ou Forró do Nilson na casa de meu primo querido Nilson Brito em sua fazenda no Cassuçu. Confesso que foi muito prazerosa porque encontrei e conheci novos primos e a festa estava animada com muita música junina , comidas típicas e bebida à vontade e  gente bonita.