Texto Reynivaldo Brito
O caso do Aeroclube é emblemático para entendermos o descompasso que existe entre a sociedade e a Justiça de nosso país .Códigos antiquados permitem dezenas de recursos os quais contribuem para a impunidade e ,em consequência para prejuizos irrecuparáveis, tanto financeiros quanto morais e até físicos. Embasados em leis ultrapassadas, as quais permitem todo tipo de interpretações as ações judiciais vão se arrastando nos tribunais e, se transforman em vários e vários volumes, quase impossíveis de serem manipulados. Soubemos que o processo do Aeroclube já tem milhares de páginas e mais de 15 volumes!
Por discordância de algumas pessoas foi movida uma ação popular na Justiça Federal aqui em Salvador e depois de 3 anos o processo foi extinto. Agora, depende apenas de um magistrado do TRF dar a sua sentença para decidir o destino do Aeroclube. Ai estão envolvidos mais de uma centena de pequenos lojistas, que tiveram o seu patrimônio quase zerado, foram para o espaço mais de 5 mil empregos diretos de pessoas humildes, sendo que a maioria mora em bairros ao redor do empreendimento e, a cidade perdeu um de seus espaços mais diferenciados. Este modelo de shopping aberto atrai muitas famílias com suas crianças que vão brincar nos parques. É um dos empreendimentos mais democráticos que existem.
É claro que o magistrado ,que fica em Brasília, lê e julga dentro da letra fria da lei,ele não tem esta visão do que o Aeroclube representa para Salvador, para os pequenos lojistas vítimas deste embloglio ,para os milhares que perderam seus empregos e para os turistas que ficam espantados ,principalmente os que já conheciam o local antes do embargo.Eram cerca de 25 mil pessoas que transitavam diariamente pelo Aeroclube e, hoje ,só vemos ruinas e vigas retorcidas e enferrujadas devido ao salitre. Quem vai pagar esta conta?
Nenhum comentário:
Postar um comentário