Objetivo


quarta-feira, 25 de maio de 2022

JOVENS PERPETUAM OS CARETAS DO BARROCÃO

Foto 1. Integrantes do grupo A Máfia. Foto 2.
O grupo Revoltados. Foto 3. Membros do grupo
 Cangaço. Foto 4. Integrantes do grupo Talibã.

No povoado de Barrocão, na zona rural do município de Ribeira do Pombal, na Bahia,  existe uma tradição que dizem já ter mais de meio século.  São os Caretas do Barrocão que todos os anos no Domingo de Páscoa a população local já aguarda com ansiedade àquelas figuras horripilantes com seus grunhidos característicos que metem medo às crianças e provocam muita curiosidade nos adultos. 

Muitos ficam procurando identificar as pessoas que estão por trás daquelas máscaras falando palavras desconexas e tentando a todo custo melar os assistentes com farinha de trigo e talco ou distribuir bombons para as crianças . Mas, foi a partir de 2011 que ganhou mais força quando um grupo de jovens resolveu se reunir e alavancar esta tradição que tinha uma característica espontânea sem qualquer  organização. Cada um fazia sua máscara e fantasia e saía pegando alimentos nas casas, exibindo animais que não recebiam o tratamento adequado. Eles decidiram proibir este tipo de atividade dentro da festa e resolveram adquirir máscaras de qualidade. A iniciativa se fortaleceu, e já em 2012 o evento veio com nova roupagem resultado da organização .

 O sucesso foi grande e chamou a atenção do Secretário de Cultura do município de Ribeira do Pombal, Oswaldo Rocha, que procurou os responsáveis que passaram a participar de feiras culturais locais, as chamadas Cultureiras,  onde mostram suas máscaras e fantasias. Em seguida conseguiram doação de tecidos, banner para divulgar o evento e carro de som para animar as apresentações no Domingo de Páscoa. No dia 23 de abril de 2019, na Quadra Esportiva do Povoado Barrocão, foi aprovado pela Câmara Municipal de Vereadores , por unanimidade, o projeto de Lei nº 08 de 22 de abril de 2019, que declara Patrimônio Cultural Imaterial de Ribeira do Pombal, os grupos de Caretas do Barrocão.

Fotos mostram a tradicional melação dos Caretas.
Eles começam a apresentação com um desfile do início da rua principal do povoado até à BR-120, depois retornam para o centro. Então os grupos ficam brincando com moradores, e finalmente vão comemorar nos bares mais uma apresentação de sucesso. Existem alguns componentes desta manifestação popular que merecem ser assinalados. Veja que é uma manifestação numa zona rural que surgiu espontaneamente há vários anos. Os primeiros Caretas do Barracão confeccionavam suas máscaras rústicas usando cascas de cocos, cuias de cabaças, papelões de embalagens, roupas velhas dos pais ou dos avós e outros materiais que pudessem ser utilizados. Saíam sem qualquer organização numa brincadeira saudável sempre no Domingo de Páscoa. Porém, a geração mais jovem já na era do advento da internet buscou melhorar a qualidade das máscaras e descobriu que existe uma tradição no México de sair às ruas com máscaras e que podiam adquiri-las. Foi assim que tomaram conhecimento até da existência de um catálogo que todos os anos surge com novidades, e assim foi iniciada a compra das máscaras mexicanas. É bom lembrar que estamos num povoado em pleno sertão da Bahia, distando milhares de quilômetros do local onde as máscaras são fabricadas. 

Foi um grande sucesso o desfile dos  Revoltados este ano.

Atualmente existem quatro grupos de Caretas do Barracão: A Máfia, Talibã, Cangaço e Revoltados e cada um desses grupos tem de quinze a vinte integrantes. Ao que tudo indica a tendência é de  aumentar o número de grupos porque eles são independentes embora se relacionem entre si. Ficamos sabendo que quem tem acesso ao catálogo mexicano e a compra das máscaras é o líder do grupo A Máfia, e que até existe um comércio de venda e aluguel de máscaras entre os grupos. Por exemplo, o pessoal da  A Máfia sai com determinadas máscaras num ano, e no ano seguinte aluga ou vende algumas delas a outros componentes de grupos diferentes.

O Wilton Reis dos Santos do grupo  Revoltados.
Revoltados – O líder dos Revoltados é Wilton Reis dos Santos, solteiro, começou a se envolver com os Caretas do Barracão desde criança. “Existem há mais de setenta anos em nosso povoado. Brincava quando criança aleatoriamente. A gente colocava uma máscara no rosto e saía. Antigamente tinha a queima do Judas, e só recentemente não aconteceu porque os grupos passaram a fazer apresentações nas ruas do povoado e deixaram de lado esta atividade. Eu sou o líder e o formador do grupo Revoltados. Até 2017 brincava com outros amigos sem participar de grupos. Era uma participação espontânea e senti que precisava me organizar e criei Revoltados, que este ano completou cinco anos de existência. Desde 2017 que estamos alegrando o povo. O nosso desfile começa no início da rua no Posto Almeida, de combustíveis, que fica na entrada de Barrocão e damos a volta pelas ruas. Temos sido recebidos com muito carinho pelos moradores do povoado e visitantes.”


Gabriel e amigos lideram o Cangaço 
Cangaço - O Gabriel Santana de Jesus tem apenas 22 anos de idade, é outro jovem que é líder de um dos grupos de caretas. Começou há uns onze anos atrás e entrou para a brincadeira através de um primo. Ele disse “entrei através de um primo, mas ele tinha uns problemas de saúde  e veio a falecer. Na época que comecei tinha uma separação. As crianças se apresentavam pela manhã e os adultos pela tarde. O primeiro ano que brinquei foi pela manhã. Quando fiquei adolescente passei a brincar pela tarde com os adultos. Normalmente as crianças eram proibidas pelos pais de brincarem junto com os adultos por causa da curtição, da bebedeira depois das apresentações. Criamos este ano o grupo  Cangaço. Era uma turma de amigos que não participava com assiduidade de nenhum dos grupos, e decidimos criar um para a gente também brincar. Ai com os mais chegados, mais amigos, decidimos criar e escolhemos o nome e partimos para adquirir as máscaras. Antes alguns já tinham participado de outros grupos. Saímos com apenas treze integrantes e pretendemos admitir mais dois e fechar o grupo com quinze. Decidimos por este número porque fica mais fácil organizar e controlar as ações ".

Daniel Góis do grupo A Máfia
 A Máfia - o representante do grupo A Máfia é Daniel Gois de Farias, funcionário público, de 39 anos de idade, na descrição que enviou para o então Ministério da Cultura  se define como um dos grupos que se organiza anualmente composto de crianças, jovens e adultos , em sua maioria do gênero masculino percorrendo o povoado de Barrocão utilizando máscaras e fantasias que expressam, em sua maioria, características monstruosas e assustadoras. Os participantes buscam ficar completamente irreconhecíveis e suas performances expressam a criatividade popular por meio dos trajes, da dança, da música e da dramatização.

Durante todo o dia do Domingo de Páscoa os moradores interagem com os Caretas que cometem suas diabruras  assustando crianças e adultos numa brincadeira saudável, e vem atraindo a cada ano um bom número de visitantes de outras cidades e povoados. Inclusive por ocorrer durante a Semana Santa, ou seja no Domingo de Páscoa, as famílias locais e das proximidades recebem muitos parentes que vêm descansar ou visitar seus familiares e assim participam do evento. À noite sempre ocorre a queima do Judas, quando são  encerrados os festejos.

Ele conta  que recentemente tem ocorrido a introdução de novos elementos da cultura de massa, a exemplo as fantasias de monstros de personagens de filmes estrangeiros. Para ele esta apropriação de elementos de fora da cultura local não representa a perda da autenticidade da manifestação os Caretas de Barrocão, mas "sim sobre o modo de criar da cultura popular que é ser versátil e aberta a novos elementos, por isso sempre viva e atual"

Os Caretas do grupo A Máfia na entrada do Povoado.

Daniel Góis relata que as dificuldades são muitas e que eles não têm uma sede
social e que recebem algum recurso da  Secretaria Municipal de Cultura, porém  insuficiente para cobrir a maioria dos  custos. Ele adianta que todos os anos  alugam um espaço por um período de três  meses, onde são confeccionadas e  guardadas a maioria das fantasias e  materiais diversos. Muitas vezes tomam emprestado aos comerciantes locais e ganham materiais de amigos, vizinhos para a feitura das fantasias. 

Disse ainda o líder de A Máfia o Daniel Góis que "não existe um projeto específico para nosso evento. Recebemos ajuda da Secretaria de Cultura municipal, através da doação de um banner para divulgação do tema específico de cada ano da apresentação, carro de som para que no dia do evento possa nos auxiliar na sonorização da dramatização de entrada do grupo e em alguns anos recebemos tecido para confecção das fantasias; recebemos também uma pequena ajuda de alguns setores do comércio local, que disponibilizam uma pequena quantia de dinheiro como patrocínio. Mas, essas ajudas ainda não são suficientes para atender às despesas , pois todos os anos tentamos inovar, com ações que envolvam cada vez mais a comunidade."

Como é uma manifestação promovida por pessoas de origem da zona rural muitos deles não tem um emprego ou mesmo renda fixa. Na hora de adquirir as máscaras e fantasias eles não dispõem do dinheiro necessário para adquiri-las. Os custos são altos para os padrões locais. Eles mandam confeccionar camisetas estampadas com elementos do evento  que são vendidas como souvenir para os moradores e visitantes com o intuito de arrecadar dinheiro para fazer frente às despesas. 

Vemos ai três dos  integrantes do grupo  Talibã.
Outra dificuldade que enfrentam é a intolerância de alguns grupos religiosos locais que interpretam erroneamente a verdadeira essência da brincadeira, diz Daniel Góis devido a caracterização dos personagens terem traços monstruosos. Os organizadores atuais acham que esta resistência deve-se ao que ocorria antigamente quando os primeiros Caretas  do Barrocão tinham entre suas brincadeiras desfile com animais e retirada  de alimentos em residências. Isto hoje é terminantemente proibido pelos grupos que mostram que o foco "está na dramatização, caracterização das fantasias e a integração com a comunidade através de brincadeiras saudáveis, inclusive com a distribuição de bombons para as crianças como prefere o Célio Roberto Vaz Conceição, do Grupo Talibã.

Para garantir a perpetuação dos Caretas do Barrocão eles criaram grupos de jovens e de crianças que se apresentam pela manhã . Por ser uma comunidade pequena ou seja um Povoado, a maioria dos moradores têm laços familiares próximos e " a transmissão de conhecimentos é passada naturalmente através das gerações, pois as crianças crescem vendo seu pai e parentes participando do evento".

Atento à necessidade de divulgar os Caretas de Barrocão Daniel Góis argumenta no documento enviado ao Ministério da Cultura que diante da "importância da cultura popular para o desenvolvimento local, e considerando as manifestações e expressões populares como fator de identidade cultural, o conhecimento da cultura local reforça a valorização bem como o incentivo ao desenvolvimento da região. Daí o seu objetivo é não deixar desaparecer este evento que deixa marcas no imaginário da infância de todas as gerações que tiveram a oportunidade de participar."

 Brincadeira com a Mulher de Madeira que
 fez o papel de Judas por um curto período
.
O Daniel Gois informa que sua participação começou no ano de 1992 no período matutino que é o horário destinado a participação das crianças e ficou saindo neste período do dia até 1999. Ele é natural de Ribeira do Pombal, filho de Luís Jorge Leite de Farias e de Rita Gois de Farias. Casado com Érica Nascimento dos Santos e tem uma filha a Eloá Santos Gois Farias. No ano de 2000 já participou com os adultos no período vespertino na Máfia do qual é um dos fundadores juntamente com Leandro Oliveira, Thomas Gois, Tico Souza, Jadson Gama, José Andro, Davi Góis e José Luís, que permanecem no grupo desde a versão original.

Diz Daniel que esta manifestação cultural teve origem em 1958 através um sergipano chamado Raimundo Briba , e que se estabeleceu no povoado de Barrocão até que veio a falecer. No início os mascarados ou encaretados usavam máscaras e trajes muito simples ,sendo confeccionados pelos próprios participantes usando tecidos, papelões e até cabaças". Com o passar dos anos Daniel Gois e Leandro Oliveira descobriram uma fábrica de máscaras de látex no México, que é referência mundial, e aí convidaram alguns amigos e formaram o grupo A Máfia. "Como as máscaras são de alta qualidade e importadas o custo é elevado e por isto eles buscaram algumas parcerias para ajudar nos custos."

Ele disse que por diversos anos tivemos a Queima do Judas e a leitura da sua Carta, que era uma sátira envolvendo personagens da comunidade, mas por algumas divergências decidimos suspender esta parte do evento. No passado durante a chamada melação eram usados o reio - feito com um pedaço de madeira amarrado na sua extremidade com fio de energia ou uma tira de couro de boi- a boanga - sacola onde se colocava cinzas - e o tradicional chocalho. Atualmente, foram adicionados outros elementos, como spray de espuma e farinha de trigo.

Ele considera que o surgimento do grupo A Máfia foi "uma revolução nos Caretas do Barrocão, porque além de importar máscaras, todos os trajes passaram a ser melhor confeccionados, e mais organizado, tendo apoio principalmente da Secretaria de Cultura do Município. Passou a ter também algo novo no evento, que agora sempre é esperado pela comunidade, que são as entradas das turmas em praça pública. Após o surgimento de A Máfia, outros participantes acabaram se inspirando e também formaram suas turmas, entre elas os Revoltados e o Talibã."

O sucesso dos Caretas é comprovado em dois vídeos que estão no canal da TVS (TV Sertão) no Youtube, onde juntos já superam mais de 1 milhão e 400 mil visualizações. Com todo esse sucesso, já houve a expansão do evento para outras localidades do município, como Boca da Mata e Nova Esperança. Os integrantes de A Máfia prometem para o Domingo de Páscoa de 2023, onde o evento completará 65 anos, iremos fazer uma grande festa, onde o grupo A Máfia que tinha 18 componentes, passará a ter 42 integrantes.

Célio Roberto Góis é um dos líderes  do grupo Talibã.
Talibã - O grupo Talibã tem como um dos líderes o Célio Roberto Vaz Conceição, pai de dois filhos Kiara e Caio Góis Cardoso, este também integrante do grupo. "Dizem que os caretas tiveram início há mais de cinquenta anos atrás pelo senhor Raimundo Briba, que não está entre nós, mas a história dele ficará para sempre. Vou falar do meu grupo. Foi fundado há uns cinco anos atrás o grupo chamado de Talibã, que era liderado por alguns amigos meus como Abel Reis, Alberto Morais de Gois e Gabriel fui convidado e brincamos juntos. Depois eles desistiram e me entregaram. Sou grato a eles, dei continuidade e brinquei o segundo ano com o grupo Talibã. Veio a pandemia e ficamos de fora, parados. Agora voltamos a brincar e o meu filho já começou a participar comigo. Isto é importante por ele pertencer a outra geração. Hoje é um grupo formado de pessoas responsáveis que ajudam a manter a cultura do Barrocão. Juntos com Daniel, da Máfia e Wilton Reis (Tico), dos Revoltados e Gabriel Santana do Cangaço estamos nos organizando para fazer uma bela apresentação no ano que vem. Estou com um amigo que vai me dar uma força grande e assim esperamos fazer mais bonito ainda da próxima vez que sairmos às ruas".

DEPOIMENTOS

Vânia Reis curte os Caretas.

A artista plástica Vânia Reis moradora do povoado do Barrocão disse que ajudava seus irmãos que saíam nos grupos de caretas e também seus primos principalmente os filhos de Joaquim Aleixo Rodrigues Góis e Mariana Rodrigues Góis, sua tia Nenê, o Valdomiro (Valdu), Sebastião, Argemiro, José Miraldo e Raimundo Rodrigues Góis (Raimundinho). "Sempre presenciei que só os rapazes é que brincavam . Teve um ano que eu e mais três amigas saímos, mas foi só esse ano. Quando chegamos nas ruas ninguém tinha nos reconhecido até que a parte do meu cabelo, que era loiro, saiu de dentro da máscara e fui identificada por um primo. Como a gente já estava sentindo um desconforto com as máscaras resolvemos voltar para casa". A brincadeira não durou uma hora sequer". Portanto, a participação delas foi muito curta, e hoje continua sendo uma brincadeira para crianças, jovens e adultos do sexo masculino. Quanto à queima do Judas era bem jovem e lembro que às vezes durante a leitura da Carta segredos eram revelados e também algumas críticas e isto gerava desentendimento e terminou sendo suspenso. A tal "herança" que o Judas deixava passou a incomodar muita gente. Então deixaram o Judas de lado e a Mulher de Madeira, feita por tio Didi, que era um artesão que fazia gamelas e outros utensílios de madeira , passou a ser usada no desfile dos grupos de Caretas. Nesta época os integrantes dos Caretas levavam a Mulher de Madeira escondida de meu tio até que ele não aguentou mais a perturbação e queimou de vez a Mulher de Madeira."

D. Maria do Carmo lembra como começou.
Uma das mais antigas moradoras do povoado d. Maria do Carmo Macedo Góis lembra quando o responsável pela introdução da manifestação cultural dos Caretas no Barrocão chegou. Ele veio sozinho de Sergipe, sabe-se que tem uma filha, mas ninguém conseguiu o contato com ela. Diz d. Maria do Carmo que o Raimundo Briba chegou em 1957 e no ano seguinte começou a brincadeira. Os primeiros que brincaram com ele foram os filhos de Joaquim Aleixo Rodrigues Góis o Valdomiro Góis (Valdu), Benedito, José Miraldo e Toinho. As roupas e máscaras faziam de papelão com uns desenhos e usavam roupas velhas dos familiares. Veio uma irmã e morou com ele uns tempos e depois foi embora. A vida dele era recolhendo restos de comida nas casas que a gente chama de lavagem para dar aos porcos que criava. Andava com uma panelinha de lavagem na cabeça". Ela não se recorda o ano que ele faleceu."

O jovem Mateus Morais integrante da Máfia
O Mateus de Morais Bittencourt de Macedo, tem 20 anos, e atualmente trabalha no comércio como conferente em Ribeira do Pombal e reside no Povoado do Barrocão. "Sempre brinquei por incentivo de familiares e amigos." Ele acha que é uma manifestação importante para todos os moradores do povoado não somente para eles que brincam e levam alegria para os demais moradores que ficam todos na expectativa das novidades que serão apresentadas pelos grupos de Caretas do Barrocão. Disse ainda o Mateus que "esta manifestação eleva o nome do povoado, gera renda e oportunidade de emprego para algumas pessoas. Acho interessante que os jovens tenham este incentivo de manter a nossa cultura e serve para congregar. Por isto peço aos comerciantes, autoridades e também aos moradores que apoiem este evento que muito me orgulho de participar. Já adulto saí na Máfia, a partir de 2019, e a cada ano que passa venho me entrosando mais e incentivando outros jovens a participar. Em 2010 já saía na turma das crianças e sempre foi muito bom participar desta manifestação cultural e espero continuar ."

A HISTÓRIA DOS CARETAS
No município de Mata de São João, na localidade de Praia do Forte, existe também a tradição dos Caretas só que eles saem durante o Carnaval. Nos revela uma publicação do Projeto Tamar que existe uma lenda que diz que os Caretas surgiram no período da escravidão, quando os senhores de engenho permitiam que os escravos se expressassem culturalmente através das máscaras. Assim eles aproveitavam para cultuar seus deuses e divindades africanas, e também para assustar os filhos dos senhores que residiam nas proximidades. 
Lembro que no período momesco por todo o país saem grupos mascarados brincando com os foliões e metendo medo às crianças mais inocentes. Quando era criança em Ribeira do Pombal sempre apareciam os Caretas assustando e brincando com as pessoas e a molecada saía acompanhando e revelando os nomes dos Caretas . Muitas vezes acertavam, mas outras davam nomes errados e a brincadeira continuava com melação, correria e simulação de ataques.
Todos nós temos nossas máscaras no cotidiano  para enfrentar a vida, e nesses momentos de festejos muitos se aproveitam para externar suas vontades de brincar com as pessoas, inclusive com os desconhecidos. Diz uma publicação do Projeto Tamar que "A máscara é sempre um disfarce. Simula e transforma, liga o natural ao sobrenatural. Tem presença marcante nos rituais e cerimônias coletivas que provocam nos participantes uma espécie de iluminação, uma consciência que os transporta para algo além, possibilitando enfrentar melhor as dificuldades do cotidiano. No ímpeto de assustar, os Caretas mudam a voz e fazem movimentos de ataqueTemos notícias que  durante o Carnaval  e na Semana Santa  grupos de Caretas saem anualmente  em várias partes do  país especialmente no Nordeste.  

NR- Quero agradecer ao Hamilton Rodrigues, e também a Daniel Góis por sua disposição  em colher informações que me foram repassadas para construir este texto. Aproveito para registrar que parte do texto que escrevi  e publiquei na semana passada, falando do trabalho de um jovem pecuarista pombalense,  foi copiado e publicado em um site sem a citação da autoria. Este tipo de atitude não faz bem ao bom jornalismo, e mostra quem é a pessoa que pratica este tipo de ação.

 


 








27 comentários:

BLOG DO REYNIVALDO disse...

Marcelo Brito
Parabéns primo e conterrâneo pela matéria cultural.

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Daniel Gois
Ótima reportagem Reynivaldo, parabéns por seu trabalho.
Nós que organizamos as Caretas do Barrocão, agradecemos por todo seu apoio e estaremos a disposição no que precisar.

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Barrocão Da Vitória
parabéns pelo trabalho...

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José Luis Gois
Agradecemos pelo belo trabalho 🤙🏻👏🏻

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Matheus Morais
Parabéns pelo trabalho, e pela disposição que teve , mostrando nosso evento e nossa cultura para as demais pessoas que não o conhecem , agradecemos muito pelo seu apoio!👏👏

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Edicarlos Santana
Parabéns pelo lindo trabalho.

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Teresinha Nogueira
Parabéns pelo seu trabalho.

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Marthinha Costa
Parabéns primo 👏👏👏. Muitoooo bommmm 👏👏👏

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Pietro Jacobina Britto Britto
Parabéns pela reportagem primo.

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Renato Costa Silva
Parabéns meu amigo pelo grande trabalho.

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Ângela Guimaraes
Adorei. Parabéns.

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Celio Roberto Gois Conceicao
Parabéns Reynivaldo
Ótimo trabalho.

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Maria Das Graças Santana
Parabéns pela reportagem... Sucesso aos Caretas do Barrocão.

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Therezinha Carvalho
Mais uma vez estamos diante de mais um texto que traz até nós a história de uma manifestação cultural que precisa ser preservada. Desta vez os CARETAS DO BARROCÃO, tradição que está sendo mantida por jovens interessados em preservar as raizes do seu povo, contribuindo assim para a formação da identidade do povoado.
Nossa cultura tem um valor inestimável, e cuidar dela, vale a pena.
Mais uma vez REYNIVALDO, você dando um show com este seu trabalho de pesquisa para escrever e manter viva a história do seu povo.

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Edna Silva
Muito interessante.

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Domingos Dantas Brito
Valeu Rei mais uma história curiosa e interessante hein.

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Anna Georgina Rocha Cardoso.
Palmas!

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Moema Garcia
Mais um texto curioso que prende a atenção de quem gosta das histórias do Reynivaldo Brito !
Um forte abraço Rey!

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Tereza Gama
Parabéns Rey pelo trabalho, relembrei que você e sua turma faziam em Pombal..

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Graça Gama
História interessante, bom conservar a cultura do lugar.

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Iara Brito
Muito interessante. Não sabia..Parabéns meu querido irmão.

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Joao Brito
Parabéns Rey bela homenagem.

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Beto Santana Santana
Parabéns meu querido!!👏🏾👏🏾👏🏾👏🏾

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Renilde Pedreira
Parabéns! Bela reportagem!

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Graça Barreto
Interessante essa matéria. Na Cidade de Saubara também existe as caretas do mingau do dia 1º a 2 de Julho.

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Ari Donato
Professor, em outros tempos a imprensa baiana cuidava da propagação dessa nossa cultura, e de maneira magistral. Agora não vemos/lemos mais nada, somente assuntos que em nada nos engrandecem. Bom trabalho meu professor Reynivaldo Brito Para mim é uma honra ter sido seu aluno na Faculdade de Jornalismo e seu discípulo na Redação de A Tarde.

BLOG DO REYNIVALDO disse...

Murilo Ribeiro
Parabéns querido amigo.