Objetivo


quarta-feira, 14 de maio de 2014

ESQUENTA O FERRO !

As concessionárias só se preocupam com a venda de veículos. O pós-venda é um verdadeiro caos. O cliente fica a mercê de pequenas oficinas e curiosos, porque os serviços considerados menores, não têm qualquer chance de serem feitos nas concessionárias. Geralmente a maioria desses serviços  desqualifica os veículos adquiridos, porque trazem muitos transtornos para os proprietários.Por exemplo, ontem, um vidro da porta direita do meu carro não fechava. Fiquei sem poder parar em qualquer estacionamento e muito menos dirigir, caso chovesse.
Foi ai que telefonei para a Eurovia -Nissan a fim de falar com alguém da  oficina para ver se teria chance de  me atender. A moça perguntou de chofre: O senhor agendou? Respondi: Agendou o quê minha senhora, se  não sabia que o vidro não iria fecha. De pronto  retrucou: Então, só agendando ou falando com o chefe da oficina para ver se ele arranja alguém para lhe atender. Já irritado, disse: Então, por favor, a senhora me passa para o chefe da oficina. Ai ela respondeu: ele só chega depois das 14 horas, porque já saiu daqui depois das 12 horas. Insisti: Finalmente, qual  a previsão da sua chegada? Não posso dizer, porque ele já saiu daqui mais tarde para almoçar e tem duas horas para o almoço. 

O jeito foi desistir e partir para procurar algum capoteiro numa pequena oficina. Sai da Pituba e fui para a Avenida Vasco da Gama, onde depois de passar pelo viaduto pude ler numa placa rudimentar a palavra mágica: Capoteiro. Parei o carro e conversei com um cidadão de cabelos cortados rente, estilo militar. Trazia na perna  direita uma tatuagem mal feita e trajava uma bermuda. Estava sentado ao lado de uma rede colorida estendida quase tomando a calçada e, perto dele, haviam alguns rapazes. Expliquei o que tinha acontecido. Ele pediu uma chave de fenda pequena e fina a um dos acompanhantes, retirou da porta os botões de controle dos vidros, desconectou e mostrou-me que na lateral alguém já tinha colocado um palito para segurar a estrutura. Disse-lhe que desconhecia a existência do palito e, também, que antes  já dera defeito.
Imediatamente, gritou para o auxiliar: "Mande  esquentar o ferro". Não vi ferro nenhum.Com a peça nas mãos o auxiliar sumiu  por alguns minutos numa daquelas lojas vizinhas.Fiquei ali em pé um pouco aflito aguardando o desfecho. De repente, quando olho o auxiliar já estava recolocando a peça no lugar e fazia o teste abrindo e fechando o vidro que estava emperrado.
Pronto! Gritou do outro lado do carro, o capoteiro. Me aproximei dele e perguntei qual o preço do serviço. Cem reais,  respondeu. Puxei uma nota de cinquenta reais e disse-lhe: este, você ganhou fácil.
Por que fácil ? É  fácil de explicar, porque na realidade  aquele grito de esquentar o ferro foi pura encenação, como também o sumiço do auxiliar com a peça.
Conto este fato em detalhes para que  o leitor  sinta como nós proprietários de veículos sofremos com o descaso das concessionárias, sem que os fabricantes e mesmo qualquer organismo oficial possa tomar  medidas contra elas. Ficamos a mercê de pequenas oficinas e curiosos, sem qualquer segurança dos serviços realizados. No outro dia o vidro emperrou e tive que procurar uma oficina. Em vez de esquentar o ferro , esquentei foi minha cabeça...

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