EXCEPCIONAIS CONTRIBUEM COM O ARTISTA BRASILEIRO
O Prêmio Eco foi entregue à diretoria da Tigre e das outras três empresas vencedoras pelo presidente da
Federação das Indústrias de São Paulo e presidente do júri do Prêmio Eco de
1986, Dr. Mário Amato, durante um almoço realizado no Maksoud Plaza, em São Paulo.
Iniciado em 1982 em
caráter experimental, o programa tem a finalidade de contribuir para a
atenuação das limitações de adolescentes e adultos excepcionais através da
execução de tarefas manuais relativamente simples, que dentro dessas limitações
lhes proporciona um nível de satisfação e felicidade só alcançados pela
realização pessoal.
Técnicos do Núcleo de
Aprendizagem e Atividades Profissionais da APAE, localizado no bairro da Lapa,
selecionaram na empresa as tarefas que mais se adequavam aos objetivos do
programa.
As tarefas selecionadas
foram as seguintes: formação de “colares” de virolas metálicas (as peças que
unem cabo e pelos nos pincéis), para fins de tratamento de suas superfícies e a
montagem de cabeças (virola e pelos) de trinchas (pincéis chatos). Os
instrutores da APAE são treinados na empresa, que fornece as bancadas, as
ferramentas e a matéria-prima utilizada no trabalho.
Os resultados do programa
têm sido excelentes, como afirma o diretor-presidente da APAE, Rogério Pinto
Coelho Amato: Além do treinamento profissional, os serviços encomendados pela
empresa vêm garantindo a ocupação produtiva, remunerada aos deficientes mentais
mantidos nesse núcleo pela APAE, em virtude de não apresentarem condições para
um emprego normal (...) Desejamos que tal situação seja sentida como importante
exemplo de ação cooperativa da iniciativa privada na busca de solução de um
problema da responsabilidade de todos nós”. O trabalho é remunerado nas mesmas
bases em que a empresa remunera seus funcionários.
DESENHOS DE ÂNGELO ROBERTO
SERÃO EXPOSTOS
NA CAÑIZARES
NA CAÑIZARES
Uma exposição está sendo
aguardada com muita expectativa. Trata-se da mostra dos desenhos de Ângelo
Roberto, que faz poesia com seus pontinhos formando imagens cheias de lirismo.
São crianças que brincam em meio a borboletas, outras com pássaros e
peixinhos, sem faltar da presença forte do vaqueiro cavalgando com possantes
animais. Neste mundo de fantasia aliada a presença infantil, gravita este
artista que precisa ser mais visto e prestigiado pelo mercado de arte baiano.
Todos reconhecem a capacidade artística de Ângelo, mas são poucos os que o
incentivam a realizar exposições, a vender os seus trabalhos. A boemia, tão
ligada a sua querida figura humana, muitas vezes provoca este marasmo naquelas
pessoas que deveriam incentivar o seu trabalho. Fica apenas a unanimidade,
sobre a grandiosidade de sua obra.
Mas, isto é muito pouco
para o que representa Ângelo Roberto, um dos últimos boêmios desta cidade, que
aos poucos está-se desfigurando, trocando os locais românticos por boates
barulhentas onde reinam as músicas americanizadas.
É preciso que esta cidade,
os intelectuais e o próprio mercado de arte, incluindo aí os donos de galerias,
colecionadores, os novos-ricos etc., resgatem esta dívida para com este artista
puro e talentoso. Conheço o seu amor pelas crianças externado com toda pureza
através de seus filhos, os quais sempre estão por perto acariciando-o.
Lembro inclusive de Lana,
que foi minha aluna da Escola de Comunicação, e do seu interesse em apreender,
em aproveitar uma aula vaga para indagar sobre coisas do jornalismo. Por trás
daquele interesse enxergava o talento de Ângelo Roberto Mascarenhas de Andrade,
que vive falando dela e de Marlene, Naia, Enzo e Lezo. Eles ficarão muito
contentes com a presença dos amigos que são queridos, de seu pai, na exposição
que ele fará em memória de outro grande artista José Maria de Souza ou José
Maria. A exposição está sendo preparada por Antônio Franco Barreto, o nosso
Franco, do Bar Quintal do Raso da Catarina. A exposição será na Galeria
Cañizares, na Escola de Belas Artes, e abrirá no dia 17 de julho, às 17 horas.
Prestem atenção para o horário, 17 horas, uma hora que não permite desculpa,
tipo: Ah! não pude ir ou esqueci da hora. Certamente quem não for perderá de ver
um conjunto de desenhos do mais alto gabarito e é difícil reunir os trabalhos
de Ângelo Roberto. Publico seis dos desenhos, que serão expostos, chamando a
atenção de vocês para os detalhes de cada um deles.
Quero falar da presença da
cor em alguns que não pode ser reproduzida aqui. Neste que mostra uma criança
triste, ao lado do gato, de sua estimação, tem um detalhe no original que o
galo está com a boca suja de sangue. A cor vermelha indica que ele comeu o
passarinho da gaiola. O mesmo ocorre com a garota que brinca com as borboletas,
onde seu vestido é feito de retalhos coloridos. A cor na obra de Ângelo
contribui para o enriquecimento e a sutileza das formas conjugados, deram mais
leveza ainda ao seu trabalho.
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