Objetivo


segunda-feira, 28 de novembro de 2016

EXISTE UM ABISMO ENTRE JORNALISTAS E POLÍTICOS E A SOCIEDADE

Estive durante quatro décadas do outro lado do balcão. Trabalhava num jornal que era líder na Bahia, e chegou em determinado momento a liderar  em todo o Norte e Nordeste brasileiro. Com o crescimento das redes sociais e as mudanças ocorridas na sociedade foi aos poucos perdendo espaço , enquanto a nova geração de donos do veículo se debatia em disputas pelo botim. Hoje, a situação é de fragilidade.
Este tradicional jornal
deixou de circular sua versão
impressa.
Digo isto para tratar de um tema que tem afligido os profissionais de vários segmentos que estão enxergando além do balcão. É que muitos jornalistas e políticos com sua arrogância e egoísmo terminaram por criar um abismo entre suas convicções religiosas e ideológicas e a sociedade. Como se diz no popular, eles com seus manuais, interesses pessoais  e convicções esqueceram de combinar com os russos. Desprezaram àqueles que os  sustentam : o leitor, o telespectador e o ouvinte, para os jornalistas. E os políticos, se distanciaram de seus eleitores . Só aparecem  às vésperas das eleições e algumas vezes já não são bem vindos.
Os jornalistas  passaram do alto de uma falsa sabedoria a ditar conteúdos que não interessam ao público. Estão surfando na onda de um esquerdismo barato . Até mudaram os verdadeiros nomes e significados das coisas  sob o manto do que eles entendem como ser "politicamente correto". Foi assim que favela  - aqui na Bahia chamava-se invasão - virou comunidade, traficante ou criminoso de outros quilates viraram  jovem e homem, se for do sexo feminino  mulher; invasão de fazendas, escolas e de prédios públicos ou privados agora é ocupação; os que colaboram com a Justiça são delatores; vândalos e grupos que fecham estradas e avenidas colocando fogo em pneus são manifestantes, e assim por diante. Quando a polícia é chamada para desobstruir as estradas ou avenidas, expulsar invasores, e é quase sempre recebida com pedradas e pauladas pelos manifestantes, sendo obrigada a reagir.Ai as manchetes dos jornais impressos e televisivos dizem que a polícia agiu com brutalidade, com extrema violência. 
São portanto, visões diferentes da realidade dessas corporações e o público. Agora mesmo com a morte de Fidel Castro, um líder conhecido em todo o mundo, os jornalistas em sua grande maioria o apresentou como um herói enaltecendo suas qualidades positivas. Esqueceram de dizer que Fidel Castro foi  um líder nacionalista que livrou Cuba da ditadura sanguinária de Fulgêncio Batista. Porém, depois se perpetuou no poder implantando uma das mais sangrentas ditaduras do século XX e como legado deixou seu país na miséria.Milhares de cubanos se exilaram em vários países, inclusive irmã e filha do ditador; assassinou centenas de homossexuais, encarcerou e matou milhares de opositores e implantou censura total à imprensa.

As abstenções vem crescendo a cada nova eleição
Os jornalistas,  políticos e também os artistas estão se distanciando cada vez mais de seus públicos. No caso recente , aqui no Brasil  durante e depois do impeachment de Dilma Rousseff atacaram àqueles que apoiavam a saída dela chamando-os de golpistas, nazistas e outros termos não muito nobres. Eles entendem,como  devotos  de uma seita,  que estão certos, mesmo  quando ,inexplicavelmente, apoiam um governo enxovalhado na corrupção. 
Portanto, não é novidade que os jornais e revistas estão perdendo leitores; as televisões seus telespectadores; os teatros seus frequentadores e os políticos seus eleitores. A abstenção aumenta a cada eleição.
 Hoje . uma novela entra e sai da programação, e milhões nem tomam conhecimento.Enquanto isto, as redes sociais estão bombando porque  nelas o público pode se expressar , se mobilizar, denunciar e contestar os absurdos da imprensa, da política e da administração pública e de outras corporações.

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