ARTES VISUAIS
Texto Reynivaldo Brito
Fotos Divulgação
Um dos precursores da arte Pop está com uma bela exposição no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. É o enigmático Jasper Johns, hoje com 82 anos de idade, e o último sobrevivente desta geração, e que ainda está produzindo. Dizem que tudo começou com um ataque de fúria que ele teve quando fez suas primeiras obras e não ficara nada satisfeito com o resultado. Depois sonhou que estava pintando uma bandeira norte-americana e revelou este sonho a Robert Rauschenberg, colega de arte que residia no mesmo edifício. Daí ele passou a pintar bandeiras, que hoje são uma marca de sua produção.
Sabemos que os americanos têm uma ligação muito forte com a sua bandeira. Eles têm orgulho de seu país. Você encontra em todas as cidades americanas bandeiras hasteadas em mastros improvisados nas casas, inclusive nas localizadas nos bairros da periferia.
O artista não gosta de ver rotulada sua arte de Pop. Segundo o curador da mostra paulista Bill Godston, “ele acha que sua arte tem uma imagem pura e não Pop”. Nesta mostra só estão sendo apresentadas suas gravuras. As pinturas não vieram. Só que a temática é a mesma das pinturas com as bandeiras e experimentos em colagem. Esta mostra ficará aberta ao público até 26 de agosto próximo. Portanto, uma boa opção para quem for à São Paulo. Foto ao lado do pintor quando jovem.
Revelam os organizadores que as pinturas não puderam vir porque sairia caro demais transportá-las, especialmente por causa do seguro. Quem acompanha o movimento artístico tem mais uma comprovação ai de que o recurso limita sim, o tamanho e, até o tipo de obra que é exposta. Quando organizei a Geração 70, alguns criticaram que o recurso não era justificativa para ter só àqueles artistas na mostra. Disseram uma bobagem.
Na 9ª. Bienal de São Paulo, em 1967, ele foi premiado com uma pintura que mostrava três bandeiras do seu país sobrepostas. Nesta bienal tinham ainda obras de Andy Warhol e Roy Lictenstein, grandes nomes da arte Pop. Curiosamente, esta bienal foi realizada no período da ditadura militar e algumas obras de brasileiros que tinham símbolos nacionais foram retiradas e não puderam ser expostas por proibição da censura.
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