POLÍTICA
Texto:Reynivaldo Brito
Foto Google
Texto:Reynivaldo Brito
Foto Google
Tenho lembranças vivas do efeito zumbi. Expressão que inventei
para falar da atual situação que está vivendo um dos parlamentares mais
combatentes que surgiu depois da ditadura militar. Hoje, perambula pelos
corredores do Senado como se fosse um zumbi ou um daqueles personagens dos
filmes bíblicos antigos representando um leproso. Todos fogem dele, porque
ninguém quer ser flagrado numa imagem a seu lado. Triste fim de um senador que
honrava o mandato e, terminou envolvido em algumas situações com um empresário-bicheiro
que tem nome de CPI, o Cachoeira.
Na foto o senador Álvaro Dias diz que espera que a CPI não termine em pizza como querem muitos parlamentares e empresários da construção pesada.
Na foto o senador Álvaro Dias diz que espera que a CPI não termine em pizza como querem muitos parlamentares e empresários da construção pesada.
Parece até que o
destino estava traçado para este parlamentar. Era gordo e perdeu grande parte
de sua massa corpórea. Virou fisicamente outra pessoa. De repente surgem as
gravações, em pílulas e editadas, é verdade, mas que trazem diálogos que não
poderiam ser travados entre ele e um contraventor.
A mesma mídia que
ele usava com maestria para combater falcatruas cometidas por corruptos, hoje é
considerada inimiga, exagerada e, até culpada de seu julgamento antecipado. O
senador Demóstenes está usando a estratégia de diariamente subir à tribuna do
Senado para se defender. Acho e defendo que é um direito que ele tem. Na
realidade, anteontem, apenas cinco dos 44 senadores estavam presentes. Falou para
poucos, os quais também, talvez, não estivessem interessados em ouvi-lo.
Não discuto se ele
tem ou não razão. Pelo que tenho lido e ouvido acho que errou e que deve pagar
pelos seus atos. Mas, não sou julgador. O que estou aqui falando é de como as
pessoas são hipócritas, de como as pessoas fogem dele como estivesse de lepra.
O ser humano é realmente cruel. Não basta você cair num erro como este caso do
Demóstenes. Basta você perder uma chefia qualquer, ou mesmo se aposentar, que a maioria dos que lhe bajulava some e fica pelos cantos da cidade
enaltecendo os seus defeitos.
Lembro que na
época da ditadura militar um conhecido trabalhava num órgão do então Ministério da Educação
e Cultura e teve que responder a um inquérito sob a presidência do Monsenhor
Manoel Barbosa, que era pároco da igreja da Conceição da Praia e muito
ligado aos militares. Ele era um simples funcionário, com um cargo pequeno de
escrevente-datilógrafo, equivalente hoje, a um digitador, e foi mandado para
trabalhar num evento do educador Paulo Freire. Ai imaginaram que era
comunista e os colegas com receio corriam dele como se diz no popular “como o
diabo foge da cruz". É o efeito zumbi, você fica perambulando e depois
desiste.
Ele desistiu e
pediu demissão do cargo. O senador está demonstrando que vai lutar até o fim.
Perda de tempo, será cassado por influência dos membros do partido dos mensageiros,
que querem empanar de algum modo o grande julgamento que esperamos acontecer no
Supremo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário