Texto Reynivaldo Brito
Jornal A Tarde 1998
Vivemos um momento crucial da
vida brasileira, quando será escolhido o futuro Presidente da República.As bolsas caem com mais
freqüência e o dólar sempre a subir, contribuindo com isso para aumentar o
nosso suplício perante os credores internacionais. Os mais jovens, muito deles,
votando pela primeira vez, explicam sua opção por este ou aquele candidato,
principalmente da oposição, afirmando “que vamos fazer uma experiência” ou “dar
uma oportunidade”. Numa demonstração clara de que não estão muito seguros de
suas escolhas e expectativas.
Nos pisos das fábricas, nas lojas
e das múltiplas atividades em que o trabalho é desenvolvido, também, as
expectativas não são muito claras.
Dúvidas pairam sobre a
sobrevivência das empresas e a garantia do emprego. Até mesmo o funcionário
público que tinha a vantagem da estabilidade já não dorme e não tem tanta
tranqüilidade.
Nenhum segmento está livre dessas
possíveis turbulências que se avizinham. O pior de tudo é que, nessas horas,
costumam aparecer os “salvadores da pátria” com soluções já conhecidas e
revestidas de falsas novidades. “Vamos enxugar o quadro”, “Vamos diminuir as
despesas”, ou “Vamos racionalizar os gastos”.
Enfim, soluções que qualquer executivo,
por mais medíocre que seja, sabe e pode decidir a qualquer momento. As soluções
das quais o País precisa são outras.
O que realmente nos interessa é o
crescimento da economia, o aumento do nível do emprego, a correção dos salários
defasados e corroídos pelos constantes aumentos de preços. É preciso levantar a
auto-estima do brasileiro. Para isso, é necessário educação, saúde, segurança,
dinheiro, e dinheiro só se consegue produzindo e consumindo. Não somos
coitadinhos que precisam de piedade. Precisamos é de uma liderança que atenda a
essas expectativas, que são de todos nós.
NOTA DE ATUALIZAÇÃO – Escrevi
este pequeno texto poucos dias antes da eleição em 1998 quando disputavam dois candidatos.
Uma opinião,sem muita pretensão, porque apenas expressava a minha
expectativa. O que é democrático e civilizado. Soube que um pseudo cineasta de Feira de Santana teria ficado
indignado com o artigo e escrito num jornal local algo ofensivo a
mim. Confesso que não li, não desejo ler.
Só o tempo vai dizer se estava ou
não certo com minhas expectativas. O que se viu até agora foi mensalão,
aloprados, assalto aos cofres públicos em vários ministérios, uma diplomacia
burra, politização das estatais como Petrobrás, Banco do Brasil, CEF e muitas
outras,onde a meritocracia perdeu espaço para os apadrinhados desqualificados. Uma política paternalista e estatizante cujos resultados veremos adiante. O que restou, foi o que não mexeram. Onde colocaram o dedo, a coisa piorou.
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