HISTÓRIA DA BAHIA
HEROÍNA NEGRA DA INDEPENDÊNCIA DA BAHIA
Texto Reynivaldo Brito
Texto Reynivaldo Brito
Poucos conhecem uma grande
heroína de Itaparica que durante a Guerra pela Independência da Bahia pegou num
trabuco e foi defender a sua terra na frente de batalha. Era uma crioula forte
e destemida que residia em
Itaparica. O historiador Ubaldo Osório, que por tantos anos
pesquisou a História da Ilha afirma que esta heroína é uma injustiçada.
Afirma o historiador que o “nome
de Maria Felipa não é ventilado por ser humilde e negra”. E acrescenta: “É hora de
fazermos justiça a quem tanto desejou a libertação do Brasil de Portugal”. Foi
ainda este historiador o único que falou sobre a heroína e este trecho que
publicamos é todo baseado em seu trabalho, pois que o livro de sua autoria com
mais de 500 páginas está no prelo.
A HEROÍNA
Chamava-se Maria Felipa de
Oliveira e residia na antiga rua da Gameleira, na povoação da Ponta das
Baleias, quando a Ilha foi assaltada pelos portugueses, em 10 de junho de 1822.
Quando foi organizada a
resistência eis que Maria Felipa apresenta-se como voluntária e fez grandes
proezas enfrentando o inimigo com um trabuco nas mãos.
Informa o historiador Ubaldo
Osório que “Maria Felipa faleceu em 4 de janeiro de 1873, e possivelmente foi
enterrada na sacristia de Matriz de São Lourenço que era o cemitério da
povoação naquela época. Ela chefiou as vedetas da praia do convento, cujos
nomes a história não guardou. Era uma crioula estabanada, alta e corpulenta que
usava um torço e saia rodada. Gozava de uma grande popularidade entre os
praieiros que admiravam o dessasombro e a coragem da crioula. Tinha um ódio
instintivo ao lusitano”.
Conta ainda que no dia 16 de
Janeiro de 1823, quando a população da Ponta das Baleias, assistia, no largo da
Fortaleza de São Lourenço, o hasteamento da Bandeira que o General Pedro
Labatut havia oferecido, à Guarnição da Ilha de Itaparica, eis que Maria
Felipa, à frente de suas legionárias, invade a Armação de Pesca de Araújo
Mendes, espanta o vigia, o Guimarães da Uva, e sai pelas ruas, cantando em
altas vozes:
Havemos de comer /Marotes com pão./Dar-lhe uma surra /De bom cansansão./Fazendo as marotas/Morrer de paixão./Português, bicho danado,Arrenegado, arrenegado.
O historiador Ubaldo Osório se
entusiasmou tanto pela heroína itaparicana que batizou uma filha com o nome de
Maria Felipa.
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