Encerrada a coleta de dados, os pesquisadores verificaram que à medida em que aumenta a mistura racial negróide diminuem os índices de segmento inferior ( distância da bacia aos pés) e do superior ( da bacia à cabeça), o que significa que o negro tem pernas mais compridas que o mulato e o branco.
ARTICULAÇÃO
Várias outras pesquisas estão em desenvolvimento no laboratório do Departamento de Genética da Ufba, localizado no sexto andar do Hospital Edgar Santos, em Salvador. Um dos trabalhos em andamento, subvencionado, como os demais, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e pela Organização dos Estados Americanos, OEA, intitula-se Hiperflexibilidade Articular em Escolares de Salvador: Estudo Populacional, onde os cientistas pretendem comprovar que existem diferenciações nas articulações, de acordo com a raça. Cerca de três mil e quinhentos estudantes serão pesquisados, mas determinadas conclusões já foram estabelecidas: os pesquisadores afirmam unanimemente, por exemplo, que as crianças negras apresentam maior flexibilidade articular que as brancas.
Outro trabalho relacionado com as raças é o Peso ao Nascer em Natimortos e Mistura Racial.” Partimos do pressuposto – diz a Dra. Eliane Azevedo – que as crianças natimortas escuras são mais pesadas que as brancas. É um problema que merece maior investigação científica. Também estamos verificando que as crianças natimortas mulatas são menos pesadas que as escuras e mais que as brancas, o que tem intrigado nossa equipe” .
MISCIGENAÇÃO
Partindo do princípio de que a Bahia tem peculiaridades de composição racial, devido ao processo de miscigenação de quase cinco séculos entre o índio nativo, o negro africano e o branco europeu, dezoito pesquisadores estão desenvolvendo um estudo da composição antropogenética , física e molecular, da população da Bahia.
A pesquisa inclui visitas às cidades compreendidas entre Açu da Torre e Lençóis, na Bahia, onde a equipe escolhe aleatoriamente vinte crianças de cada escola da rede estadual, numa faixa etária de quatro a quatorze anos. Essas crianças são classificadas numa das seis categorias raciais: branco, índio claro, índio escuro,mulato claro, mulato escuro e negro.
Essa escala foi determinada especialmente para a população do Nordeste por um grupo de trabalho composto por cientistas brasileiros e estrangeiros,. Que examinaram amostras sanguíneas de 2.129 pais e 4.706 filhos.
A partir daí classificaram-se dezessete sistemas genéticos marcadores raciais. Comprovada a validade da escala racial, os pesquisadores deverão enquadrar agora as crianças entre os diferentes tipos de miscigenação. A Dra, Eliane Azevedo não tem data marcada, entretanto, para encerrar a pesquisa: mesmo que eu tivesse cem anos, não poderia terminar esse trabalho. Daí, a necessidade da participação de universitários nas pesquisas, já que lhes cabe a sua continuidade”.
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