O brasileiro Elsimar Coutinho lança um novo método de controle da natalidade
O controle da natalidade já deixou de ser um assunto de teóricos para se tornar norma ministerial em muitos países. Nesse sentido, qualquer descoberta feita, principalmente no Brasil, ganha enorme destaque. Na semana passada, surgiu a notícia de que, em Salvador, um médico conseguira criar uma vacina que imuniza a mulher do risco da gravidez.
Esta vacina, criada pelo médico Elsimar Coutinho, está sendo testada há cinco anos e apresenta como grande particularidade o fato de exigir a aplicação simultânea da vacina antitetânica, para acelerar a criação de anticorpos. Segundo o médico, a vacina antitetânica é fundamental para se saber a quantidade de anticorpos contra a gravidez que circula no sangue.
As mulheres imunizadas contra a gravidez, há três anos, serão divididas em dois grupos, para que o cientista tenha uma amostra dos resultados obtidos até agora. Ele afirma que, em experiências feitas com saguis fêmeas, os resultados o levam a concluir que qualquer primata fêmea pode usá-la, sem efeito colateral de importância. Essas declarações foram feitas, também, aos participantes do Congresso de Análises Clínicas realizando recentemente na capital baiana.
Aliás, a experiência do Dr. Elsimar Coutinho no campo dos anticoncepcionais é muito grande. Foi ele quem primeiro aplicou o implante subcutâneo e conseguiu criar a pílula do homem. Entretanto, ele não se sente em condições de liberar todos esses produtos para o mercado livre, pois deseja pesquisar mais profundamente os reais efeitos causados. Para ele, é importante que um maior número de voluntárias seja testado.
Quanto à praticabilidade do projeto, crê o Dr. Coutinho que ele deva ser aplicado em área em que o crescimento populacional seja um problema social, como, por exemplo, a China.
Da mesma maneira que a injeção contra a gravidez, outro projeto famoso do Dr. Coutinho é do homem. Essa pílula tem sido utilizada há mais de cinco anos e com resultados realmente espetaculares, pois não causa nenhum dano à atividade sexual ou à potência, uma vez que ela tem hormônios masculinos que compensam qualquer deficiência que por acaso se origine no organismo.
As pesquisas são financiadas pela Organização Mundial de Saúde e pela Fundação Ford, além de contar com o apoio da Universidade Federal da Bahia. Mas nem só os métodos anticoncepcionais são a principal preocupação da equipe do Dr. Coutinho. Da mesma maneira, ele se preocupa com o uso indevido de vacinas, que podem causar efeitos colaterais seríssimos nos pacientes.
O melhor exemplo, segundo ele, é o uso da vacina contra a meningite, antes que se tivesse um estudo detalhado dos possíveis efeitos colaterais resultantes de seu uso. “É preciso que se tome muito cuidado, para que a pessoa a ser beneficiada não seja transformada em vítima de efeitos danosos. É exatamente por isso que minhas pesquisas são cercadas de muito cuidado e muito analisadas, para que o objetivo maior, a saúde e o bem-estar das pessoas, sejam alcançados”.
É exatamente por isso que suas pesquisas se limitam ao campo dos voluntários:
“Os implantes femininos estão muito mais avançados, no que diz respeito à avaliação clínica, e podem ser considerados prontos para lançamento no mercado consumidor, ou através de órgão do governo. Já os anticoncepcionais masculinos ainda não poderão ser liberados antes de serem completadas as pesquisas clínicas, em andamento.”
Salientando a importância da aplicação conjunta da vacina anticoncepcional e antitetânica, explicou que a segunda é formada por proteínas produzidas pelo óvulo no momento em que é fertilizado. No momento em que são injetadas na mulher, elas produzem anticorpos que impedem a implantação do ovo. Geralmente, a imunização contra o tétano e contra a gravidez dura o mesmo período, isto é, cerca de três anos. Isto porque uma vacina reforça o poder imunizante da outra.
Reportagem de Carmem Garcia e Reynivaldo Brito
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