Reynivaldo Brito
Nas várias viagens que fiz à Europa, Estados Unidos, Canadá e alguns países da América Latina sempre fui um observador atento da maneira como os estrangeiros, de modo geral, tratam os brasileiros. Um observador privilegiado graças à minha formação de jornalista e sociólogo.Falo de brasileiros, porque nunca pude me colocar como natural de outro país. O tratamento geralmente é de frieza, desconhecimento, latino,em algumas situações de invasor ou de turista e, aí é hora de tirar tudo dele.
Aqui nos derramamos demais de gentilezas e, grande parte da população quase venera o gringo. Lembro do auge do Aeroclube, quando os gringos o frequentavam em grande quantidade e, lá aportavam acompanhados de homens e mulheres de todas as classes sociais, especialmente as média e C. Primeiro, eles a tratavam invarialvemente de nativo ou nativa , como se o brasileiro fosse um cidadão de segunda classe.
Ficava constrangido com essa maneira submissa que essas pessoas se comportavam com os seus acompanhantes. É o comportamento vira-lata que temos diante das pessoas que vêm de outros continentes.
Como na juventude fui atuante no movimento estudantil contra a ditadura militar ,e ai entrava a exploração externa ,sempre mantive um distanciamento dos gringos. Não que os despreze, mas eles lá e eu cá.
Não tenho este complexo vira-lata de estar paparicando e, também , nunca fui de morrer de alegria das vezes que fui convidado, e não foram poucas, para visitar outros países. Ai a situação muda porque você está acompanhado do gringo e é apresentado como fulano de tal, jornalista recomendado , etc.
Fico revoltado com o que a Espanha vem fazendo com os que desembarcam em seus aeroportos. Não são apenas os brasileiros que estão sendo humilhados e deportados. São pessoas de muitos países especialmente se forem latinos , africanos e asiáticos.
Veja você como somos bonzinhos... Quantos espanhóis recebemos aqui na Bahia, quando seu país estava arrasado pela guerra? Quantos árabes, judeus, ucranianos, japoneses, chineses, coreanos, bolivianos, africanos e até os hermanos argentinos estão aqui recebidos com simpatia?
Agora, o Brasil reage timidamente com reciprocidade com os espanhóis, que não chega nem aos 10% do que estão sofrendo os brasileiros.
Portanto, cuidado com convites de "trabalho", que muitas vezes são para exploração sexual masculina ou feminina; também cuidado com os "convites" para realizar exposições, intercâmbios, cursos, porque às vezes pode ser conversa de gringo...Tem que sair daqui com tudo "amarrado,"como diz o nordestino, com os documentos em dia , reconhecidos lá fora e com grana no bolso. Não existe espaço para improvisações ,nem para o tal jeitinho brasileiro , que considero abominável.
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