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quarta-feira, 9 de maio de 2012

RELIGIÃO - IODETE DOS SANTOS TEM 41 AGULHAS NO CORPO

Revista: FATOSeFOTOS/GENTE, 28 de Novembro de 1977

Fotos Lourival Custódio
                                            MISTICISMO

Você acredita que Iodete Santos tem 41 agulhas encravadas no corpo? Então pode crer: Eram 71 ela já tirou 30

O fato em Salvador, várias agulhas foram retiradas do corpo da jovem Iodete Apolinário dos Santos, de 19 anos. Depois de consultar vários médicos, ela foi ao Hospital Manoel Vitorino.

 Devido à estranheza do caso, foi encaminhada à 6ª Delegacia, levando consigo um frasco contendo 30 agulhas – que ela afirma ter retirado de se própria, com uma pinça. O resto foi entregue ao delegado, Ivan Solon, que levou Iodete ao Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues, onde os peritos, depois de várias radiografias, localizaram mais 41 agulhas encravadas em seu corpo.

Segundo Iodete, as agulhas começaram a surgir logo após ela ter participado de um trabalho, num terreiro de candomblé, há dois anos.

Os médicos que a examinaram não explicaram o fenômeno. E a polícia tem duas versões: ou a moça foi submetida a algum ritual de magia negra, ou ela própria introduziu as agulhas no corpo.

71 agulhas no corpo de uma mulher: novo mistério dos terreiros da Bahia
Depois de passar por vários ambulatórios e consultórios médicos, a empregada doméstica, Iodete Apolinário dos Santos, de 19 anos, foi encaminhada do Hospital Manoel Vitorino para a 6ª Delegacia de Salvador e, daí, para o Instituto Médico-Legal Nina Rodrigues. Depois de um exame radiográfico ficou provado que a paciente estava com 41 agulhas encravadas pelo corpo. As agulhas, com cerca de 5cm, cada, não apresentam a parte superior (onde é enfiada a linha para costurar). Outras 30 agulhas já haviam aflorado à pele de Iodete, que as deixava ficar bem salientes para retirá-las com uma pinça.
Há dois anos, ela vem sofrendo com esse problema e diz que as agulhas foram colocadas nela por um pai-de-santo que reside no bairro de Engenho Velho da Federação, em Salvador. Iodete revelou que, certa vez, desentendeu-se com uma vizinha, Ana dos Santos, e esta prometeu vingança.
Algum tempo depois, Ana convidou-a para assistir a uma sessão de candomblé e ela foi. Como não se sentiu bem, deram-lhe uma bebida, que a fez perder os sentidos. Ao acordar, estava toda dolorida. As confissões da doméstica ainda não foram confirmadas e os policiais preferem não opinar. Prosseguindo nas investigações, saíram em companhia de Iodete e percorreram várias ruas do bairro de Engenho Velho. A moça não conseguiu localizar a casa do pai-de-santo. Até mesmo a vizinha, Ana dos Santos, já havia se mudado há mais de um ano. Iodete permanece num vaivém entre a 6ª Delegacia e a casa de seus patrões, Marcelino Silva Oliveira e Julieta S. Oliveira, no bairro de Pero Vaz. Eles afirmam gostar muito dela e querer ajuda-la.
“Esta menina vem sofrendo há muito tempo. Tem épocas que aparece agulhas na sola do pé e ela fica pulando e gemendo de dor até poder tirá-la. É uma coisa triste. De vez em quando, está puxando agulhas com a pinça. Um dia desses, ela contou a versão do candomblé. Mas é uma história com muitos pontos a serem esclarecidos. Tratamos Iodete como uma filha. Ela não bebe, não responde e não sai à noite. Seu único vício é fumar, mas isso é natural. Já fui com ela a vários médicos e hospitais. Tenho a esperança que esse problema tenha uma solução. Ela não aguenta mais de dor”.

Quando Iodete chegou para trabalhar na casa de Julieta, não apresentou nenhum documento. Seus patrões providenciaram o registro de nascimento, que foi expedido por um cartório localizado nas imediações do bairro de Pero Vaz. Mas a moça não tem nenhum outro documento e isso dificulta o tratamento em hospitais. Iodete não sabe precisar onde fica o candomblé, embora repita sempre a mesma história. “Fui àquele lugar somente uma vez e era noite. Sei apenas que me deram algo para beber e perdi os sentidos. O serviço foi feito na casa de um homem chamado Coice de Burro”.
Iodete continua vivendo com 41 agulhas encravadas no corpo. O fato tem chamado a atenção até mesmo dos médicos que trabalham no Instituto Médico- Legal. As agulhas, como mostra as radiografias, estão localizadas: três na face, uma no abdome, duas na região genital, 10 na perna esquerda e 25 na direita. A moça, recentemente, teve que extrair dois dentes para arrancar duas agulhas que estavam provocando dores e sangramentos nas gengivas.
O delegado responsável pelas investigações, Ivan Solon, pretende ouvir várias testemunhas e antigos vizinhos da moça, para descobrir o falso pai-de-santo, acusado de bruxaria. Muitos adeptos do candomblé estão alarmados com o caso e não aceitam que pessoas que desconhecem a seita apontem esse caso como coisa de candomblé. Isto é exploração e deve ser apurado pela polícia. Até o momento, não existe nada definitivo sobre o internamento de Iodete para a extração das 41 agulhas. Ela continua em casa de seus patrões. O caso da mulher das agulhas é uma prova de fogo para as autoridades. Doença ou bruxaria?


A Psicologia e a Parapsicologia dão seus pontos (de vista)

O Padre Oscar Quevedo, presidente do Centro Latino-Americano de Parapsicologia, explica, no n° 797 (novembro de 1976) de Fatos e Fotos/Gente, o fenômeno de aporte: “objetos que atravessam outros objetos sólidos”. E falava, ainda, de casos de agulhas que atravessaram as paredes e entraram no corpo de uma senhora localizada a até 50 metros, protegida por placas metálicas! A confirmação foi feita através de raios X. Esse fenômeno é provocado por um tipo de energia – telergia –, que é a transformação de energia somática, orgânica, em energia exteriorizada. Na verdade, o caso de Iodete Apolinário pode até não se encaixa na visão parapsicológica do Padre Quevedo. Mas, enquanto não se explica, permanece o mistério.
Como também são misteriosos milhares de fatos incluindo agulhas, alfinetes, e associados à magia negra. Em 1972, Neil Braithwaite, um garoto inglês de seis anos, foi encontrado morto (causa mortis: parada cardíaca) com vários alfinetes sobre o corpo. Isto nunca foi esclarecido. Também na Inglaterra, no mesmo ano, Peter Linch encontrou, em seu armário, um boneco com vários alfinetes espetados. Declarou mais tarde: “Eu sabia que alguém desejava minha morte.” Peter continuou vivo, mas, logo após, esfaqueou sua mulher.
Na magia negra, alfinetes ou agulhas, entre outras coisas, funcionam como símbolos. Já há milênios, essa simbologia fazia parte do comportamento do homem das cavernas. Ele desenhava a caça ferida ou morta, para dar sorte nas caçadas. O Egito foi um dos berços da magia. Aliás, dividida de acordo com as castas sociais: a magia para a elite; a bruxaria, para as massas. Os casos de introdução de agulhas no próprio corpo estão sempre ligados à falta de cultura. O individuo tem momentos de hipnose introduz os objetos e depois se esquece.

No caso específico de Iodete Apolinário, por exemplo, um professor baiano (Estácio de Lima) opinou que ela teria colocado inconscientemente as 41 agulhas em seu corpo “numa tentativa de chamar a atenção sobre si”. Lima chegou a essa conclusão pelo exame das radiografias. E enfatizou que Iodete está carecendo urgentemente de “um tratamento psiquiátrico”.
                                                                                              Até na boca de Iodete tem agulhas.  Foto








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