REVISTA MANCHETE N° 1.868
Texto de Reynivaldo Brito
Foto Lázaro Torres
Os dois são nordestinos, muito parecidos fisicamente, moraram 10 anos nos Estados Unidos e se aprofundaram na chamada música contemporânea. Nada mais natural que se encontrassem num espetáculo conjunto. E que lugar melhor para isso do que o Teatro Castro Alves, de Salvador?
Diante de 1.200 pessoas hipnotizadas, Hermeto Pascoal e Sivuca ofereceram um espetáculo sem precedentes.
Eram duas figuras brancas,cabelos compridos, pulando de um instrumento a outro, de um microfone a outro, de uma harmonia a outra.
Para Sivuca, a sanfona ( como ele ainda prefere chamar seu acordeão) é um mundo elástico e rico, através do qual canaliza as notas, os sons; mas nem por isso dispensa o violão, o piano e a craviola. E Hermeto Pascoal responde com a flauta, o sax, a clarineta, o atabaque, o órgão.
Aos que questionam suas opções musicais, ele explica a Reynivaldo Brito , de Manchete: " A música é universal. Eu me preocupo é com o nível da música". E Sivuca: " O samba hoje está confinado às escolas. E há samba-enredo que deixa muito a desejar.Música brasileira é ritmo, é Nordeste, é Rio de Janeiro, é choro. É o resultado de uma mistura das culturas africana e européia. Nesse sentido, sim, defendo a música brasileira".
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