11 de agosto de 1978
Foto Lázaro Torres
MÚSICA
Desde 1967, Raul Seixas não curtia férias. Para um tranqüilo baiano de Salvador, o sucesso e a necessidade de se tornar, cada vez mais, uma verdadeira máquina “shows”, televisão e teatro acabaram em problema. O cansaço chegou, principalmente, pelas constantes viagens.
Desacostumado com tanta ocupação, o cantor sentiu a necessidade de parar. De dar um tá. Fez as malas e se mandou para a sua Bahia. Rever amigos. Matar saudades. Chegou para ficar um mês, mas foi ficando. Ao todo, quatro. Agora, volta. Com a corda toda. Cheio de gás. Saiam da frente!
Após quatro meses de verdadeira vida rural, Raul Seixas anuncia o lançamento do seu mais recente LP.
Mesmo na fazenda, Raul não abandonou suas músicas e seu violão. Num ambiente muito próprio, entregou-se às serenatas, dividindo as madrugadas com os agregados do sítio onde descansou.
Brincou com vacas, pescou e jogou fora o relógio. Depois que conheceu Tânia Mena Barreto, Raul diz que a sua vida mudou muito. E para melhor. Construíram um relacionamento no qual não existem normas, regras ou obrigações. Apenas amor e muito amor. E Tânia cuida especialmente de Raul.
Além do disco, Raul Seixas cuida, também, do lançamento de um livro dedicado às crianças: O Verbalóide, “que pode ser facilmente identificado com as crianças do século XX”.
Em janeiro ele seguirá para os Estados Unidos, onde gravará outro disco em Los Angeles.
“Se a gente consome a música deles, por que não fazer o inverso? Aí estão os exemplos de muitos artistas brasileiros que já são tremendamente curtidos pelos americanos. Acho que chegou a minha hora.”
Sobre o seu comportamento, sua maneira de se apresentar, sempre muito discutida, Raul Seixas diz que aproveita ao máximo os momentos certos de dizer as coisas exatas.
“ Quanto às minhas caretas e maluqueiras, só posso dizer que elas não têm origem em nada anormal. Sou eu, mesmo.Tudo bem. Nunca precisei apelar para nada.”
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