Objetivo


quinta-feira, 24 de maio de 2012

VIOLÊNCIA - A ÚLTIMA BOMBA DE PESCA


Revista Fatos Fotos / Gente 22 de setembro de 1980
Texto de Reynivaldo Brito

Um velho costume dos pescadores baianos acabou em tragédia. Um costume combatido pela Capitania dos Portos. Mas ninguém conseguiu terminar com ele.
     As fotos mostram a ação dos Bombeiros retirando os corpos dos escombros do casarão explodido

O silêncio da Avenida Beira- Mar, em Salvador, foi interrompido por uma explosão que escureceu todo o bairro por algumas horas, causou o desabamento de um prédio e a morte de seis de seus moradores. A tragédia foi causada por uma bomba de fabricação caseira, que seria utilizada no dia seguinte para matar peixes.
Resultado: morreram Edgard Ferreira Costa, 54 anos; sua mulher, Carmem dos Santos Costa, 52 anos; Robson Luís de Melo Costa, 11 anos; Nilo Costa, 22 anos; Maria da Glória Bastos Melo, 60 anos; e Weber Vilas Boas Fernandes.
Um dos sobreviventes da tragédia, Antônio Nery dos Santos, disse que escapou por pouco: acabara de se levantar e fora à cozinha tomar um café, quando ouviu a explosão.
Apavorado tentou sair pela porta e o acesso estava impedido por pedaços de madeira e parte de paredes desabadas. Disse mais: que a fabricação de bombas é comum naquele local. Depois, muitos comentavam que havia cinco quilos de dinamite, comprados na cidade de Santo Amaro.
Foram exatamente esses cinco quilos que mataram seis pessoas e destruíram um prédio.
O capitão dos Portos, Comandante Mário Pimentel Filho, acha que a melhor maneira de diminuir o problema do uso de bombas em pesca é conscientizar a população. E acrescenta: “ É muito difícil uma fiscalização.”





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